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Sob gritos e rojões, Nardoni e Anna Jatobá são condenados
O pai da menina Isabella foi condenado a 31 anos de prisão, e a madrasta, a 26 anos
Juiz diz que sentença ficou
acima do mínimo legal pela
"frieza emocional" dos dois;
defesa do casal anunciou
que já recorreu da decisão
Almeida Rocha/Folha Imagem
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Na frente do fórum, pessoas comemoram condenação do casal
AFONSO BENITES
EDUARDO GERAQUE
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem tirar os olhos do chão,
Alexandre Nardoni, 31, e Anna
Carolina Jatobá, 26, ouviram,
no início da madrugada de hoje,
que foram condenados pelo assassinato da menina Isabella,
de cinco anos, em 29 de março
de 2008. Nardoni, por ser pai
da menina, foi condenado a 31
anos, um mês e dez dias pelo
crime. Anna Jatobá, a 26 anos e
oito meses.
Além da sentença, que, segundo o juiz Maurício Fossen,
ficou acima do mínimo legal
por conta da "frieza emocional"
e do fato de os dois terem investido de "forma covarde" contra
a menina, o casal ainda teve de
ouvir rojões e gritos da multidão que, do lado de fora, comemorava o resultado.
Algemados, Nardoni e Anna
Jatobá não se olharam, a exemplo do que ocorreu nos cinco
dias de julgamento. Os dois
chegaram a chorar poucos momentos antes de a sentença ser
anunciada, mas depois mantiveram os olhos fixos no chão.
Ela apenas balançou a cabeça
negativamente quando ouviu
que os jurados a consideraram
culpada pelo crime. Ele repetiu
o gesto ao ouvir a duração da
pena ao qual foi condenado.
Os dois deixaram o Fórum de
Santana à 1h de hoje e devem ir
para a Penitenciária de Tremembé, onde estão presos há
dois anos. Segundo a assessoria
do Tribunal de Justiça, o advogado da defesa, Roberto Podval,
divulgou nota em que dizia que
o "brilho da noite foi do Cembranelli e a defesa já recorreu",
referindo-se ao promotor
Francisco Cembranelli.
Antes mesmo da leitura da
sentença, Podval mostrou-se
bastante tenso e mordia as hastes dos óculos. Durante o julgamento, ele já havia declarado
que seria difícil evitar a condenação do casal, mas sempre insistiu na inocência deles.
No plenário, parentes de Ana
Carolina, mãe de Isabella, se
abraçaram e choraram. Ana
Carolina passou o dia reclusa
em casa. Quando a condenação
foi anunciada, vizinhos apareceram nas janelas e aplaudiram. Chorando, ela apareceu
na sacada e, em agradecimento,
acenou às pessoas.
Por mais de 15 minutos, o juiz
Frossen leu o resultado do júri.
Disse que a morte da menina
provocou uma "revolta na população de todo o país".
"Diante da frieza emocional e
insensibilidade, os réus investiram de forma covarde contra a
mesma [Isabella], o que choca o
homem médio. O desequilíbrio
emocional foi a mola propulsora do crime", disse o juiz.
O júri considerou o casal culpado pelo crime de homicídio
triplamente qualificado (motivo torpe, sem condições de defesa da vítima e de modo cruel).
A pena de Nardoni foi maior do
que a da mulher porque a legislação prevê um acréscimo de
pena quando o crime é cometido contra descendente. Apesar
disso, a lei não permite mais de
30 anos de prisão.
Para o promotor Cembranelli, a pena foi adequada.
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