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MARIA DE BASTOS OLIVEIRA (1926-2010)
Ela foi uma das primeiras aeromoças da Vasp
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na cidade goiana de Rio
Verde, onde nasceu, Maria de
Bastos Oliveira observava os
aviões pousarem nos campinhos da cidade. Em 1947, ela
veio a SP decidida a voar.
Maria foi, no começo dos
anos 50, uma das primeiras
aeromoças da Vasp. As irmãs
Lilian, pela mesma empresa,
e Lucy, pela Panair, também
atuaram na profissão, mas
não seguiram a carreira.
A sobrinha Mônica lembra
que, quando era criança, os
jornais noticiaram a aposentadoria da tia. No fim da década de 60, Maria foi apontada
como a primeira aeromoça no
mundo a se aposentar de
acordo com leis trabalhistas.
Tinha apenas 42 anos na
época. Ao todo, ela voou por
cerca de 18 anos, lembra a
amiga e ex-aeromoça da Vasp
Anita. Segundo ela, Maria foi
uma instrutora muita engraçada, extrovertida e corajosa
em meio às turbulências.
Metida em ambiente masculino, ela contava que as gracinhas dos homens eram comuns. Mas dizia: "Uma mulher consegue levar uma conversa para onde quiser".
Por 40 anos, teve como
companheiro um comandante, morto há 25 anos. Não foi
mãe, mas cuidou do sobrinho-neto Roberto como tal.
Quando lhe faziam perguntas sobre o ofício de aeromoça, ela brincava, dizendo que
já era uma "aerovelha".
Na terça, enquanto passava
uma temporada com a irmã
que vive no Rio, Maria morreu aos 83, de problemas cardíacos. A missa de sétimo dia
será amanhã, às 18h, na igreja
Nossa Senhora Aparecida, em
Moema, São Paulo.
coluna.obituario@uol.com.br
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