Sergio Lima/Folha Imagem

Ciclistas atravessam avenida ontem de manhã em Boa Vista; cidade amanheceu coberta pela fumaça, o que dificultou trabalho de combate ao fogo

LUCAS FIGUEIREDO
da Sucursal de Brasília

ANDRÉ LOZANO

enviado especial a Roraima

A pedido do governo federal, o Bird (Banco Mundial) irá emprestar ao Brasil entre US$ 2 milhões e US$ 5 milhões para o combate ao megaincêndio de Roraima, informou à Folha o diretor do banco para a América Latina e Caribe, Gobing Nankani.
"O montante não está definido ainda. Pode ser entre US$ 2 milhões e US$ 5 milhões. Isso pode ser feito rapidamente, em uma semana", afirmou Nankani.
O pedido de empréstimo foi encaminhado ontem pela manhã, por meio de carta assinada pelo ministro do Meio Ambiente, Gustavo Krause.
Um dia antes, o Bird já havia mandado correspondência ao governo oferecendo ajuda. O dinheiro será liberado com rapidez porque o Brasil já tem um pedido de empréstimo em andamento junto ao Bird. "Vamos preparar uma emenda para o uso de recursos específicos para Roraima", afirmou Nankani.

Fumaça

Ontem, a capital de Roraima, Boa Vista, amanheceu escura e a visibilidade na estrada não passava de 30 metros.
Por volta das 7h (8h no horário de Brasília), uma nuvem cinza encobriu o Palácio do Governo, na região central da cidade. No caminho de Apiaú (região a 120 quilômetros de Boa Vista), bastante afetada pelo fogo, os carros que circulavam pela BR-174 mantinham os faróis acesos como medida de segurança.
Na parte da manhã, só foram permitidos vôos por instrumento. Os helicópteros utilizados no combate aos focos de incêndio não puderam voar.
Segundo o centro de informações públicas da operação de combate ao fogo, sediado no 7º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva), em Boa Vista, a fumaça que encobriu a região teria duas origens.
Uma delas seria em consequência da debelação de focos próximos à capital. A fumaça, resultante do fogo extinto, teria se dirigido para a cidade.
A outra explicação para a fumaça na região urbana, de acordo com o centro de informações, é que ventos vindos do nordeste do Estado estariam trazendo a fumaça de focos da Venezuela e da Guiana.
Segundo o centro de informações, fotos de satélites acusam alguns pontos de incêndio nesses dois países vizinhos.
Na cidade de Mucajaí, na região de Apiaú, a fumaça prejudicou o tráfego na BR-174, que liga Boa Vista à Venezuela. "Essa fumaça baixa, a pior desde o início do ano, não permitiu que a gente enxergasse a mais de 30 metros", contou Cícero Pedreira da Silva, 55, sentado na varanda de seu açougue, na beira da estrada.




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