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OPINIÃO
Lixo urbano
RUBEN CESAR KEINERT
RUBENS MAZON
O lixo urbano está se transformando em um problema crucial
para as aglomerações urbanas.
Toda e qualquer cidade que ainda
não tenha encaminhado uma solução de longo prazo certamente
enfrenta problemas de sujeira,
proliferação de moscas, riscos de
contaminação de águas, plantas e
animais e -por consequência-
está sujeita ao aparecimento frequente de doenças endêmicas.
De modo geral, problemas dependem de que se tenha consciência a seu respeito para que as soluções sejam encaminhadas. No caso do lixo, a variada oferta de soluções está antecipando o reconhecimento do problema, o que, de
início, é muito positivo.
O que preocupa, no entanto, é
que as ofertas de soluções não sejam precedidas de estudos sobre
as necessidades específicas das cidades para as quais são dirigidas.
O lixo urbano é um campo em
que os investimentos são altos em
relação a orçamentos municipais
cada dia mais e mais insuficientes.
Meias soluções podem acarretar
custos de manutenção elevados no
presente e reparações vultosas por
danos ambientais no futuro.
Estudos prévios e isentos, que
indiquem as alternativas mais
adequadas a cada caso de cidade,
são boa precaução para evitar problemas ocasionados por soluções
parciais.
Recente e oportuno relatório da
Secretaria do Meio Ambiente
mostra que o tratamento e a disposição final do lixo domiciliar estão sendo feitos de forma inadequada em 78% dos municípios
paulistas. Água, solo e ar do Estado estão sendo afetados diariamente, com possibilidades dramáticas de comprometimento ambiental, cuja reparação, quando
possível, é lenta e muito onerosa.
Não há falta de conhecimento,
portanto. Está mais do que na hora de prefeitos, câmaras municipais e comunidades buscarem soluções integradas e consistentes
para seus problemas de lixo (resíduos sólidos).
Ruben Cesar Keinert, 56, é professor da área
de administração e política urbana da FGV-SP.
Rubens Mazon, 49, doutor em saúde ambiental, é professor de administração do meio ambiente da FGV-SP
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