São Paulo, terça-feira, 27 de abril de 2004

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CAMPINAS

Uso de próteses mamárias em quatro clínicas também será analisado

Implantes no HC serão investigados

FERNANDA BASSETTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

MAURÍCIO SIMIONATO
DA FOLHA CAMPINAS

A Vigilância Sanitária de Campinas (95 km de SP) vai investigar os procedimentos das cirurgias plásticas realizadas no Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e em quatro clínicas particulares da cidade depois que dez pacientes apresentaram infecção após o implante de próteses mamárias da marca Silimed.
Ao menos uma paciente operada na Unicamp teve complicações pós-operatórias depois de se submeter a uma cirurgia corretiva de mama. Há um 11º caso, registado em Jundiaí, mas não há informação de onde o implante foi feito.
Na última sexta-feira, a Vigilância Sanitária estadual determinou a interdição temporária de três lotes de próteses mamárias da Silimed (Silicone e Instrumental Médico Cirúrgico Ltda.) e dos medidores de implante da mesma marca. A Ortonal, representante da empresa em Campinas, também foi interditada.
Em 7 dos 11 casos foi confirmada a presença da bactéria Mycobacterium fortuitum, que pode causar infecções locais, feridas e doenças de pele.
O cirurgião responsável pelo Departamento de Cirurgia Plástica da Unicamp, Cássio Raposo do Amaral, informou que, em casos de cirurgia estética realizadas pelo HC, o paciente discute em consulta com o médico a melhor prótese a ser utilizada, e que é o próprio médico que indica as empresas que comercializam o produto.
A investigação da vigilância terá quatro linhas: análise dos prontuários dos pacientes, levantamento dos casos de infecção hospitalar, processo de esterilização dos equipamentos e dos moldes e análise dos produtos utilizados.
A diretora do Departamento de Saúde Coletiva de Campinas, Salma Balista, disse que a maior probabilidade é que a contaminação tenha ocorrido nos medidores, usados para confirmar o tamanho da prótese e que não chegam ao hospital ou clínica esterilizados. Balista admite que a situação já é considerada um surto.


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