São Paulo, terça-feira, 27 de abril de 2004

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COMPORTAMENTO

Estudo ouve jovens

Homem machista corre mais riscos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pesquisa realizada com jovens moradores de favelas do Rio de Janeiro e divulgada ontem na Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) aponta que homem com atitude machista tem mais probabilidade de ser preso, usar violência contra a mulher e ter doenças sexualmente transmissíveis.
Das 17 perguntas feitas aos entrevistados, os resultados que mais chamam atenção estão ligados à violência: 53,9% disseram que, se alguém os insulta, defendem a honra com a força, se for necessário. Além disso, 33% afirmaram que existem momentos em que mulher merece apanhar. Ao tratar de homossexualismo, 31,1% responderam que nunca teriam um amigo gay.
Foram entrevistados 780 jovens com idade entre 15 e 24 anos moradores de Bangu, Maré e Morro dos Macacos. O estudo, realizado pela organização não-governamental Promundo e pelo Horizons Program, acompanhou ainda resultados do chamado Projeto H, criado com o objetivo de estimular jovens a questionarem normas relacionadas à masculinidade. O trabalho concluiu que as ações sociais ajudam na mudança de comportamento dos jovens.
"Os jovens usam modelos. Por isso, é importante que vejam homens adultos engajados na eqüidade de gênero. Procuramos questionar os modelos de masculinidade associados à violência", disse Gary Barker, diretor-executivo do Instituto Promundo.
Com base nesse experiência, o instituto assinará um convênio com o Ministério da Saúde para capacitar agentes dos programas ligados à juventude para trabalhar com o tema da masculinidade e machismo.
Hoje também será lançado em Brasília um fundo internacional com o objetivo de ampliar o Programa H para outros Estados e países, como Índia e México. O fundo terá recursos de empresas, começando com R$ 700 mil.


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