São Paulo, terça-feira, 27 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SEGURANÇA

Os 169 táxis de Novo Hamburgo ganharam radiocomunicadores; motoristas fizeram curso para identificar delitos

Taxistas viram informantes da polícia no RS

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O município de Novo Hamburgo, localizado em uma das regiões mais importantes do Rio Grande do Sul (o Vale do Rio dos Sinos) e com aproximadamente 240 mil habitantes, equipou os seus 169 taxistas para serem arapongas a serviço da polícia.
O programa Vigilância Solidária - Todos Protegendo Todos foi idealizado pelo promotor aposentado Ivar Hartmann, que trabalhou na iniciativa desde o segundo semestre do ano passado.
O lançamento oficial aconteceu ontem. Os taxistas avisarão a polícia, por meio de radiotransmissores, quando presenciarem delitos de qualquer gravidade. Podem ser até mesmo simples contravenções, como depredações.
"Não temos notícia desse programa em outros locais do país. Pelo menos no Rio Grande do Sul ele é inédito. Nosso único trabalho foi implementar centrais de rádio em pontos estratégicos, o que custou R$ 2.000", afirmou o coronel Evaldo Rodrigues, do 3º Batalhão de Polícia Militar.

Aula criminal
Durante o processo de implementação do programa, os taxistas tiveram até aulas de identificação de crimes. Em contrapartida, a Brigada Militar (a PM gaúcha) se comprometeu a lhes fornecer permanentemente as placas e características, por exemplo, de carros roubados ou furtados.
"É muito bom tudo isso. Podemos servir ainda melhor a sociedade, e é uma proteção a mais para nós próprios", afirmou o taxista João Pedro Heck, 39.
Os motoristas estão habilitados até mesmo a transmitir informações para a polícia sobre as características físicas de pedestres ou passageiros, caso guardem semelhanças com as de um suspeito.
O aviso será feito por um aparelho instalado no interior dos táxis. Da central de radiotáxi, os crimes são transmitidos para a Brigada Militar, a Guarda Municipal, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Rodoviária Estadual.
A conexão com a sala de operações da polícia será feita 24 horas por dia, em uma freqüência específica, criada para a tarefa.
Quando a vítima for o próprio taxista, haverá um código para o operador saber da situação sem a necessidade de detalhes. Pela transmissão, será possível localizar o veículo que emitiu o sinal.


Texto Anterior: Acidente: Shopping adia entrega de laudo para hoje
Próximo Texto: Panorâmica - Via Dutra: Acidente causa quase 20 horas de transtornos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.