São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009

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Prefeitura realiza vistoria e diz que há abrigos insalubres

As informações são de cinco dos oito alojamentos de SP; poder público estuda a realização de obras de emergência

No Jardim São Carlos, os dejetos correm a céu aberto, por entre os alojamentos; no Real Parque, o esgoto vai direto para o rio Pinheiros


DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo reconhece a precariedade dos abrigos provisórios da cidade. A Secretaria Municipal de Habitação realizou vistorias nos alojamentos e divulgou os resultados, nos quais afirma que existem locais em que há situações emergenciais.
No alojamento Jardim São Carlos (zona leste), o órgão aponta que "devido à falta de escoamento adequado das águas pluviais, existe um grande acúmulo de água na lateral de uma moradia ocasionando uma situação bastante insalubre às famílias".
Os dados foram publicados no site da secretaria, com informações sobre cinco dos oito alojamentos em funcionamento na cidade de São Paulo.
Quatro deles não possuem nenhum equipamento de segurança. E, no único em que há extintores, o Jacaraípe (zona leste), eles estão vencidos e ficam guardados com o representante do abrigo.
A situação torna-se ainda mais preocupante devido às condições das instalações elétricas dessas moradias. No Jardim São Carlos, por exemplo, a prefeitura caracteriza a situação elétrica como emergencial: existem muitas gambiarras e fios expostos.
O mesmo acontece no alojamento Real Parque (zona sul), onde a vistoria da prefeitura afirma que o quadro de medição já chegou a pegar fogo.
As vistorias também constataram que, em todos os alojamentos, a maior parte dos moradores têm botijões de gás dentro dos próprios cômodos, que são bem pequenos e muitas vezes mal ventilados.
Parte das moradias, como as que ficam no abrigo Paranapanema Azul (zona sul), apresenta ainda rachaduras e fissuras nas paredes e há muitos casos de infiltrações no telhado.
A rede de esgoto também tem problemas graves. Há entupimentos frequentes. No Jardim São Carlos, os dejetos das casas correm a céu aberto, por entre os alojamentos. "As crianças brincam até de barquinho aí", conta a líder comunitária da região, Esicleide de Albuquerque, 60. No Real Parque, o esgoto é jogado diretamente no rio Pinheiros, disseram os moradores à prefeitura.
A Folha esteve em quatro dos abrigos públicos -o Jardim São Carlos, o Jacaraípe, o Jardim Celeste e o Paranapanema Azul -e confirmou a precariedade dos locais.
A prefeitura afirma que não foram feitas reformas em nenhum dos oito alojamentos recentemente, mas que estuda realizar obras emergenciais enquanto as famílias permanecem à espera de novas moradias ou do recebimento de verba para alugar imóvel, o que deve acontecer até, no máximo, 2012, segundo o poder público.


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