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Prefeitura realiza vistoria e diz que há abrigos insalubres
As informações são de cinco dos oito alojamentos de SP; poder público estuda a realização de obras de emergência
No Jardim São Carlos, os dejetos correm a céu aberto, por entre os alojamentos; no Real Parque, o esgoto vai direto para o rio Pinheiros
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo reconhece a precariedade dos
abrigos provisórios da cidade. A
Secretaria Municipal de Habitação realizou vistorias nos alojamentos e divulgou os resultados, nos quais afirma que existem locais em que há situações
emergenciais.
No alojamento Jardim São
Carlos (zona leste), o órgão
aponta que "devido à falta de
escoamento adequado das
águas pluviais, existe um grande acúmulo de água na lateral
de uma moradia ocasionando
uma situação bastante insalubre às famílias".
Os dados foram publicados
no site da secretaria, com informações sobre cinco dos oito
alojamentos em funcionamento na cidade de São Paulo.
Quatro deles não possuem
nenhum equipamento de segurança. E, no único em que há
extintores, o Jacaraípe (zona
leste), eles estão vencidos e ficam guardados com o representante do abrigo.
A situação torna-se ainda
mais preocupante devido às
condições das instalações elétricas dessas moradias. No Jardim São Carlos, por exemplo, a
prefeitura caracteriza a situação elétrica como emergencial:
existem muitas gambiarras e
fios expostos.
O mesmo acontece no alojamento Real Parque (zona sul),
onde a vistoria da prefeitura
afirma que o quadro de medição já chegou a pegar fogo.
As vistorias também constataram que, em todos os alojamentos, a maior parte dos moradores têm botijões de gás
dentro dos próprios cômodos,
que são bem pequenos e muitas
vezes mal ventilados.
Parte das moradias, como as
que ficam no abrigo Paranapanema Azul (zona sul), apresenta ainda rachaduras e fissuras
nas paredes e há muitos casos
de infiltrações no telhado.
A rede de esgoto também
tem problemas graves. Há entupimentos frequentes. No
Jardim São Carlos, os dejetos
das casas correm a céu aberto,
por entre os alojamentos. "As
crianças brincam até de barquinho aí", conta a líder comunitária da região, Esicleide de Albuquerque, 60. No Real Parque, o
esgoto é jogado diretamente no
rio Pinheiros, disseram os moradores à prefeitura.
A Folha esteve em quatro
dos abrigos públicos -o Jardim São Carlos, o Jacaraípe, o
Jardim Celeste e o Paranapanema Azul -e confirmou a
precariedade dos locais.
A prefeitura afirma que não
foram feitas reformas em nenhum dos oito alojamentos recentemente, mas que estuda
realizar obras emergenciais enquanto as famílias permanecem à espera de novas moradias ou do recebimento de verba para alugar imóvel, o que deve acontecer até, no máximo,
2012, segundo o poder público.
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