São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2011

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Tiroteio no Ibirapuera deixa três mortos

Grupo tentava levar caixas eletrônicos do Ipê Clube quando policiais chegaram e iniciaram confronto armado

Familiares de um dos atingidos, o vendedor ambulante Geraldo Lourenço, dizem que ele "foi morto por engano"


CAROLINA LEAL
ANDRÉ CARAMANTE

DE SÃO PAULO

Uma tentativa de roubo de dois caixas eletrônicos do Ipê Clube, perto do parque Ibirapuera, na zona sul, terminou em perseguição por terra e ar, tiroteio, três suspeitos mortos e dois PMs feridos na madrugada de ontem.
Dois dos suspeitos tinham passagem pela polícia. O terceiro, um ambulante, não.
Para a família de Geraldo Lourenço, 37, que vendia milho na região, ele foi morto ao ser confundido com um dos criminosos durante a fuga.
"Investigamos duas hipóteses. A de que foi morto por engano, pelos policiais ou pelo ladrão que estava em seu carro, e a de que ele fazia parte da quadrilha", disse Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil de São Paulo.
O tiroteio ocorreu às 4h30, quando cerca de dez homens invadiram o clube. Câmeras de segurança flagraram parte dos ladrões pulando o muro, e a polícia foi acionada.
Assim que chegaram, PMs encontram suspeitos que estavam ao lado do clube, à espera, em um veículo Palio.
Os ladrões trocaram tiros com a PM e atropelaram um policial. Outro foi atingido no pulso por um tiro de fuzil.

FUGA
Alguns dos suspeitos fugiram a pé em direção ao parque Ibirapuera. Um deles foi morto ao invadir uma obra.
Outros dois roubaram um minicaminhão e fugiram. A polícia chegou a utilizar um helicóptero na perseguição, assustando moradores.
"Ouvi mais de 50 tiros. Dava a impressão de que estavam arrancando os portões de tanto barulho que fazia", diz Thereza Di Spagna, moradora da região.
No meio do tiroteio, o ambulante parou sua Saveiro na avenida Ibirapuera, em frente ao clube. Segundo a polícia, um dos criminosos correu em direção ao carro, entrou no veículo e ficou no banco do passageiro, mas em seguida desceu atirando, ainda na versão dos policiais. O criminoso e Lourenço foram mortos.
No carro de Lourenço havia quatro carregadores de fuzil, um maçarico e um botijão de gás. A caçamba do veículo estava cheia de milho.
Com os outros suspeitos mortos foram encontrados um fuzil, duas pistolas e um colete a prova de balas.
"A gente nunca espera perder alguém da família desse jeito", disse Avando Jesus Barreto, 40, cunhado de Lourenço, que era pai de um casal de filhos de nove e seis anos de idade.
A família afirma que ele trabalhava na região havia 15 anos, e que toda madrugada buscava milho no centro.


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