da Sucursal do Rio

A inatividade física é tão ruim ou pior para a saúde que o tabagismo e a obesidade, disse ontem no Rio o fisiologista norte-americano Kenneth Cooper, 67, criador do método de condicionamento físico que leva seu nome.
Segundo Cooper, um programa de caminhadas moderadas, três vezes por semana, por aproximadamente 30 minutos, reduz a mortalidade por problemas cardiovasculares em até 58%.
Esse foi o resultado de um estudo realizado pelo fisiologista com 27 mil americanos durante dez anos. A nova tese de Cooper será apresentada hoje no 13º Congresso Mundial de Cardiologia, no Riocentro (zona oeste do Rio).
A pesquisa constatou que a mortalidade por doenças cardiovasculares foi menor em pessoas fumantes, mas praticantes de exercícios físicos, do que em pessoas que não fumavam, mas levavam vida absolutamente sedentária.
Ontem, Cooper liderou uma caminhada na avenida Atlântica, em Copacabana (zona sul), na qual percorreu os quatro quilômetros em 36 minutos, surpreendendo quem está acostumado a caminhar devagar.

Obesidade
Do mesmo modo, pessoas com excesso de peso e que praticavam alguma atividade física apresentaram menos problemas cardiovasculares do que pessoas de peso normal e vida sedentária.
"Quero deixar claro que não estou defendendo o tabagismo e a obesidade, eles são inimigos da saúde. O que estou dizendo é que, se você se exercita, baixa suas chances de mortalidade, mesmo que seja fumante e obeso", disse.
"Quem se exercita aumenta sua longevidade de dois anos a dois anos e meio", acrescentou.
Cláudio Gil Araújo, chefe do Serviço de Medicina do Exercício e do Esporte do hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmou que um estudo do Ministério da Saúde indicou que 60% dos brasileiros levam vida sedentária.
Cooper disse que um bom programa de condicionamento físico precisa de acompanhamento médico regular e depende da saúde de cada um. Segundo ele, o ideal é se exercitar o máximo de dias por semana que for possível. (FE)


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