São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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OUTRO LADO

Entidade afirma atender 245 mil pessoas ao ano

DA REPORTAGEM LOCAL

Armando Vergílio dos Santos Júnior, presidente da Fenacor, que representa e defende os sindicatos dos corretores de seguro, diz que a ação do Ministério Público Federal está "dissociada da legislação" e "distorce de forma injusta" a atuação de "grande relevância social" dos Sincors.
Santos Júnior afirma que a Fenacor já entrou com agravo regimental para que ela seja revista. "Foi um grande equívoco", diz ele.
Segundo ele, embora os beneficiários possam ir diretamente às seguradoras para obter as indenizações, sem intermediação de corretores, mais de 245 mil pessoas acabam sendo atendidas anualmente pelos Sincors em busca de informações do DPVAT.
O trabalho dos sindicatos para justificar a obtenção de 0,5964% da receita do DPVAT, segundo ele, é, por exemplo, a prestação de esclarecimentos à população de forma gratuita, disponibilizando, inclusive, serviços 0800.
Santos Júnior atribui aos Sincors a elevação do número de indenizações desde 1995 e diz que a divulgação do DPVAT é importante para a evitar a atuação de máfias que dão golpe em vítimas de acidente de trânsito.
O presidente da Fenacor diz que Procuradorias do Rio, de Goiás e de Brasília já se manifestaram de forma favorável ao repasse aos Sincors. Afirma também que o reembolso pedido pelo Ministério Público está "superdimensionado".
O corretor Luís Stefano Grigolin, opositor da atual diretoria do Sincor de São Paulo, diz ser equivocada a posição da Fenacor. Ele afirma que os esclarecimentos prestados à população a respeito do DPVAT são uma obrigação das entidades e que esse serviço não acrescenta custos. "Eles são obrigados a manter uma estrutura de atendimento independentemente do DPVAT, já que precisam atender os associados sobre os demais assuntos."
Grigolin também acusa os Sincors de utilizarem esses recursos do DPVAT para a manutenção da máquina sindical e até mesmo para financiamento de campanhas eleitorais.
Leôncio de Arruda, vice-presidente do Sincor de São Paulo, diz que as denúncias são "descabidas". "São acusações pessoais, feitas por um sindicalista que perdeu uma eleição para comandar a entidade."
A Fenaseg informou, por meio de sua assessoria, que sua função é apenas cumprir as determinações do Ministério da Fazenda. Se forem determinadas mudanças nos repasses, ela as fará imediatamente.
A Susep, órgão do ministério que cuida do DPVAT, informou que a questão está sub judice, dependendo ainda de julgamento final. (AI)


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