São Paulo, domingo, 27 de maio de 2007

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Cristo corre por milagre na disputa das 7 maravilhas

Previsão é que seja necessário totalizar 15 milhões de votos

Estimativa mostra que monumento tem cerca de 7 milhões de votos; eleição, que acaba em julho, é promoção de empresa suíça

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Campanha tenta colocar Cristo Redentor entre as sete novas maravilhas do mundo


LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, precisa totalizar 15 milhões de votos para se tornar uma das sete novas maravilhas do mundo. Esta é a avaliação de Aroldo Araújo, principal coordenador de uma campanha que só agora, a pouco mais de um mês do resultado, atrai o interesse de governantes, de empresários e da população.
Segundo a última estimativa, feita em meados deste mês, o Cristo teria cerca de 7 milhões de votos, dados pela internet e por telefone. O número acendeu um sinal de alerta nos responsáveis pela campanha, porque representaria a 18ª colocação entre os 20 monumentos que disputam seis vagas -as Pirâmides do Egito, única remanescente do primeiro grupo de maravilhas, é hors-concours.
Os monumentos vencedores serão anunciados no próximo dia 7 de julho, em Lisboa.
Segundo estudos feitos pela equipe de Araújo, a vitória do Cristo injetará US$ 271 milhões na economia do Rio e criará 250 mil empregos. A cada ano, mais 1 milhão de turistas poderá vir ao Brasil. Outro benefício é que os monumentos vencedores receberão recursos para sua manutenção.
A campanha pelo Cristo ganhou um sopro nos últimos dias, com o engajamento maior da Igreja Católica e as manifestações de apoio do presidente Lula e dos governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, ambos do PSDB. À Bradesco Seguros, que já está envolvida há dois meses, somaram-se empresas como a Vale do Rio Doce.
"Só durante a visita do papa Bento 16 ao Brasil, distribuímos 2 milhões de folhetos, além de 1,5 milhão de cartazes para serem postos nas paróquias. Temos plenas condições de dar a virada", diz Jorge Nasser, diretor de marketing da Bradesco Seguros.
Somando recursos públicos -como os R$ 85 mil do Ministério do Turismo- e privados, a campanha deverá custar em torno de R$ 5 milhões.
"Só na largada [para eleger Machu Picchu], o Peru gastou cerca de R$ 30 milhões. Nosso investimento está aquém da necessidade", afirma Sávio Neves, secretário-executivo da comissão que toca a campanha e reúne representantes de governos, associações de empresas e do setor de turismo.
O futebol é um dos trunfos na reta final. Na próxima sexta-feira, antes de enfrentar a Inglaterra em Londres, a seleção brasileira entrará no gramado de Wembley com uma faixa pedindo votos para o Cristo. A campanha também deverá ser feita em jogos do Campeonato Brasileiro. Os organizadores ainda vêm pedindo às empresas de telefonia celular que abram mão de suas tarifas nos votos por mensagem.

Escolha
A partir de uma lista de 77 opções, uma comissão de especialistas presidida por Federico Mayor Zaragoza, ex-diretor geral da Unesco, escolheu 20 que preenchem os pré-requisitos: ser uma construção humana (não da natureza), ter valor cultural e reconhecimento internacional, entre outros.
A eleição é um empreendimento do produtor de cinema e aviador suíço Bernard Weber.


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