São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2008

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1ª e última colocada têm instalações antigas e modestas

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

A diferença de desempenho entre a líder e a última colocada no ranking do Inep das escolas regulares (não-técnicas) ligadas à Secretaria Estadual da Educação se explica pelas realidades locais, que interferem na expectativa e na motivação dos alunos, segundo as diretorias das unidades.
Não há grandes diferenças estruturais entre as escolas Professor Angelo Martino, de Ibitinga (347 km de SP), líder do ranking, e Shiguetoshi Yoshi, de Presidente Epitácio (655 km de SP), lanterna da lista. Ambas funcionam em prédios antigos e têm instalações consideradas "modestas".
Para a diretora da Angelo Martino, Clea de Campos, o bom desempenho da escola de Ibitinga é atribuído a três fatores: empenho dos alunos, qualificação dos docentes e confiança dos pais.
A escola possui 750 alunos da quinta série do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio. A turma formada no ano passado e que alcançou o resultado no Enem foi a primeira a se formar no ensino médio na escola.
Dos 62 alunos concluintes, oito conseguiram vagas em universidades públicas; a maioria está na faculdade.
"Muitos deles entraram na escola ainda crianças. O resultado não foi surpresa", afirma a diretora da escola.
Na escola de Presidente Epitácio, cidade marcada por conflitos agrários, a diretoria atribuiu o mau desempenho à relação dos alunos -na maioria filhos de assentados- com o trabalho rural e à defasagem de idade em relação à série.
O número de alunos é pequeno -são 376 da primeira série do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio. Dos 26 concluintes do ano passado, apenas dois se inscreveram em vestibulares. Um aluno foi aprovado e está cursando uma faculdade particular da cidade.
"O índice de faltas é muito grande, pois o interesse maior deles é trabalhar no campo ou com pesca. Além disso, 20% da turma formada no ano passado tinha mais de 30 anos e tinha desistido da escola havia muito tempo", disse a professora Edeni Aparecida Garcia, dirigente de ensino da regional Santo Anastácio, que abrange Presidente Epitácio.
"Estamos tentando motivar mais os alunos, mostrando a importância do estudo para a vida deles. Acho que no próximo ano o resultado será melhor", afirmou Garcia.


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