São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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USP fará auditoria na folha de pagamentos

Universidade abriu concorrência para contratar empresa para investigar gasto com salários e benefícios de 2000 a 2006

Um dos itens a ser apurado é o salto da participação dos salários no orçamento, que foi de 55% em 2000 para 86,67% em 2006


JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A reitora da USP, Suely Vilela, contratou uma auditoria externa para fazer um pente-fino nos gastos da universidade com pessoal entre 2000 e 2006.
A decisão foi tomada no ano passado, mas a concorrência instaurada para contratar uma auditoria independente atrasou e só teve as propostas abertas no último dia 18. A USP não divulgou o valor do contrato, mas as concorrências normalmente têm valor acima de R$ 600 mil. Abaixo disso, há outras modalidades de contratação.
A minuta do contrato, à qual a Folha teve acesso, lista uma série de itens que devem ser investigados pelos auditores, como controles e autorizações para a concessão de horas extras, verbas de representação, gratificações e reajustes.
Outro ponto a ser investigado são as variações ocorridas na folha de pagamento entre janeiro de 2000 e dezembro de 2006, primeiro ano de Suely à frente da reitoria da USP.
Em 2000, a universidade tinha 24.210 funcionários, entre ativos e inativos, número que, seis anos depois, chegaria a 26.087. No período, a participação dos salários no orçamento da universidade saltou de cerca de 55% (em 2000) para 86,67%, três anos atrás. Neste ano, a folha chega a R$ 2,4 bilhões, 83,17% do orçamento.
A minuta do contrato, porém, não especifica exatamente que tipo de variação será avaliada pelos auditores, o que a USP também não divulgou.
A auditoria ainda deve avaliar a confiabilidade dos sistemas que processam a folha de pagamento e o controle de frequência dos servidores.
A USP tem autonomia para gerir a verba recebida do governo do Estado, mas é fiscalizada pelo Tribunal de Contas do Estado, que não apontou problemas nos últimos anos.
A assessoria de comunicação da reitora disse que só o Departamento de Recursos Humanos poderia falar a respeito da auditoria, mas que os técnicos do setor estavam envolvidos nas negociações salariais com os servidores ontem à tarde.
Os ex-reitores Adolpho José Melfi e Jacques Marcovitch não foram localizados ontem para comentar as investigações nas folhas de pagamento durante suas gestões.

Sindicância
Antes mesmo da auditoria, a reitoria da USP abriu sindicância para apurar possíveis irregularidades no pagamento de R$ 49.486 em horas extras para quatro funcionárias da Poli (Escola Politécnica), em um período de dois meses.
As quatro trabalham no departamento de Assistência Técnica de Pesquisa, Cultura e Extensão e, segundo o diretor da Poli, Ivan Gilberto Sandoval Falleiros, organizaram entre 1º de agosto e 30 de setembro o Seminário Internacional de Iniciação Científica da USP.
O evento aconteceu em novembro, mesmo mês em que elas ganharam o pagamento extra. Apenas uma das funcionárias recebeu R$ 26.687. O diretor da Poli não soube informar quantas horas a mais elas teriam trabalhado no mês.
Segundo a assessoria de imprensa da USP, a sindicância foi aberta após denúncia do sindicato dos funcionários.


Colaborou TALITA BEDINELLI , da Reportagem Local.


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