São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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FRANCISCO ASSIS SIMÕES CORRÊA NETO (1927-2009)

"Sou apenas um repórter", dizia o jovem de 71 anos

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Sempre ouvi dizer, sem saber qual o autor, que, para ter êxito na vida, o homem precisa de três coisas fundamentais: um filho, plantar uma árvore e escrever um livro", escreveu Francisco Assis Simões Corrêa Neto.
Chico Corrêa, como era chamado, foi pai, plantou árvores, e escreveu as palavras acima no livro "O Brasil de Cabo a Rabo", que resgata "bastidores políticos, econômicos e empresariais" do país. Teve, portanto, êxito.
Formado em jornalismo, direito e economia, passou por inúmeros veículos de comunicação e exerceu vários cargos públicos. Gostava de ser chamado de repórter.
Trabalhou em jornais dos Diários Associados e da Folha, nas TVs Tupi, Paulista e Globo e nas rádios Tupi, Difusora, Nacional e Excelsior.
Foi secretário de Comunicação da Prefeitura de SP.
Com personalidade "forte", segundo o neto Marco, estava aposentado havia 15 anos.
Cansado de ser recusado em empregos, publicou um anúncio no jornal, intitulado "Jovem de 71 anos".
No texto, criticava a falta de oportunidades aos mais velhos. "Todos ignoram que a terceira geração é formada por pessoas experimentadas e curtidas pela vida", dizia.
Recebeu 130 recados, a maioria dos quais solidários.
"O jornal até foi fazer uma reportagem com ele por causa do anúncio", lembra o neto.
Chico morreu no domingo, aos 81, após uma parada cardíaca. Sofria, há anos, de diabetes. Deixa quatro filhas, oito netos e três bisnetos.

obituario@grupofolha.com.br


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