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FRANCISCO ASSIS SIMÕES CORRÊA NETO (1927-2009)
"Sou apenas um repórter", dizia o jovem de 71 anos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
"Sempre ouvi dizer, sem saber qual o autor, que, para ter
êxito na vida, o homem precisa de três coisas fundamentais: um filho, plantar uma árvore e escrever um livro", escreveu Francisco Assis Simões Corrêa Neto.
Chico Corrêa, como era
chamado, foi pai, plantou árvores, e escreveu as palavras
acima no livro "O Brasil de
Cabo a Rabo", que resgata
"bastidores políticos, econômicos e empresariais" do
país. Teve, portanto, êxito.
Formado em jornalismo,
direito e economia, passou
por inúmeros veículos de comunicação e exerceu vários
cargos públicos. Gostava de
ser chamado de repórter.
Trabalhou em jornais dos
Diários Associados e da Folha, nas TVs Tupi, Paulista e
Globo e nas rádios Tupi, Difusora, Nacional e Excelsior.
Foi secretário de Comunicação da Prefeitura de SP.
Com personalidade "forte",
segundo o neto Marco, estava
aposentado havia 15 anos.
Cansado de ser recusado em
empregos, publicou um
anúncio no jornal, intitulado
"Jovem de 71 anos".
No texto, criticava a falta de
oportunidades aos mais velhos. "Todos ignoram que a
terceira geração é formada
por pessoas experimentadas
e curtidas pela vida", dizia.
Recebeu 130 recados, a
maioria dos quais solidários.
"O jornal até foi fazer uma reportagem com ele por causa
do anúncio", lembra o neto.
Chico morreu no domingo,
aos 81, após uma parada cardíaca. Sofria, há anos, de diabetes. Deixa quatro filhas, oito netos e três bisnetos.
obituario@grupofolha.com.br
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