São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2001

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TRANSPORTE

Funcionários aceitam 7% e gratificações; governo do Estado vai repassar custo à tarifa, que pode chegar a R$ 1,70

Greve no Metrô acaba, mas passagem sobe

ESTANISLAU MARIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os metroviários, em assembléia ontem à noite, aceitaram a proposta salarial do Metrô e votaram pelo fim da greve que durou dois dias. Mas a tarifa vai subir.
O governo estadual anunciou que o reajuste será repassado aos usuários. O bilhete unitário, de R$ 1,40, pode chegar a R$ 1,70 já na próxima semana. Às 21h30 de ontem, o metrô voltou a circular.
A proposta aceita pelos trabalhadores prevê reajuste salarial de 7%, manutenção do adicional noturno de 50% para todos e da gratificação de 1% por ano de serviço -só para os atuais contratados.
Depois de começar a campanha salarial pedindo quase 20% de reajuste, entre reposição salarial e produtividade, os metroviários sofreram derrotas na Justiça do Trabalho e acabaram recuando. Até aceitaram 50% por hora extra. Quando a greve começou, à 0h de segunda, eles pediam 100%.
Na entrevista coletiva, após reunião da direção do Metrô com o sindicato, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Claudio de Senna Frederico, aproveitou para dizer que o aumento será repassado para a tarifa, cujo valor será anunciado até o final da semana e entrará em vigor cinco dias depois. "O aumento mínimo será de 5% [a tarifa iria para R$ 1,47". Mas certamente será alguma coisa parecida com o dos ônibus", disse ele. Em maio, a prefeita Marta Suplicy (PT) reajustou a tarifa em 21,7%, percentual que elevaria o bilhete do Metrô para R$ 1,70.
Na greve, a empresa deixou de transportar 2,6 milhões de pessoas e de arrecadar R$ 2 milhões por dia. Com 400 mil carros a mais nas ruas, São Paulo teve ontem seu pior congestionamento do ano: 215 quilômetros, às 19h.


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