AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As metrópoles são fábricas de estresse, mesmo para quem não as troca por outro lugar. A convivência só é possível quando a cidade passa a ser vista com outro olhar, e as pessoas encontram espaço para o lazer e privacidade. A casa deve ser um casulo aconchegante, em que, quando você fecha a porta, se sinta em paz.
Sugestões para esse convívio amistoso formam o livro "Feliz Cidade - Viva sem Estresse na Metrópole". O autor é o psicólogo Allen Elkin, diretor do Centro de Aconselhamento e Controle do Estresse de Nova York.
Elkin diz já ter vivido por anos numa cidadezinha canadense, mas seu livro é uma declaração de amor às metrópoles, onde viveu a maior parte de seus anos. Não poderia haver concentração mais conturbada que a sua Nova York.
A primeira parte do livro é dedicada a testes que avaliam o estresse no convívio com a cidade e o que Elkin chama de QC, quociente de contrariedade. O autor sugere o que chama de "postura urbana", listando situações que causam estresse e que poderiam ser evitadas ou transformadas em momentos habituais e agradáveis.
A segunda parte do livro sugere que você, morador de uma grande metrópole, "crie um oásis urbano". "Encontre seu canto", "descubra o espaço certo" e "faça do lar um refúgio" -o autor continua sua linha de sugestões por caminhos que mais lembram um roteiro de auto-ajuda.
A diferença, aqui, é que Elkin se aventura por conselhos quase domésticos, como livrar-se da bagunça, organizar seu tempo diário e gastar menos. Nada de levar tudo na ponta do lápis, diz o autor, mas controlar as contas maiores para que o orçamento não escape ao controle.
Há também recomendações para se comer bem -o que nem sempre é possível nas grandes cidades- e lembretes sobre a importância dos exercícios físicos, dos bons relacionamentos e mesmo de uma vantagem nem sempre considerada: a cidade grande pode ser o melhor lugar para se achar um amor.