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PCC ameaça fazer "muitos" ataques, diz governador
Lembo disse que as primeiras ameaças foram feitas na quinta-feira passada
Secretário Saulo disse que facção quer se promover e que grupo criminoso é monitorado por meio de
19 mil escutas telefônicas
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes mesmo de ser questionado pelos jornalistas, o governador Cláudio Lembo (PFL) se
apressou para falar das ameaças do PCC de realizar "muitos"
ataques no Estado. A afirmação
foi feita após uma cerimônia no
Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com o governador,
o PCC voltou a fazer ameaças
na quinta-feira passada, dia do
jogo do Brasil contra o Japão.
Mas, segundo Lembo, foram
"rechaçados duramente" pela
polícia na manhã de ontem.
"Nós conseguimos saber onde
haveria os ataques. Nós tínhamos escutas, sabíamos o que
iam fazer e reagimos. Eles foram vencidos", afirmou.
O governador, porém, disse
não estar feliz. "Eu preferia que
houvesse paz e tranqüilidade,
não essa violência", afirmou.
Indagado sobre quantos ataques o Estado tinha informação de que ocorreriam na madrugada de ontem, ele respondeu que seriam "muitos". "Iam
atacar aqueles pontos tradicionais contra autoridades, metralhando delegacias, obras públicas, instituições públicas. Felizmente, não conseguiram."
O governador afirmou não
acreditar que a ordem para esses novos ataques tenha partido de Marcos Willians Herbas
Camacho, o Marcola, o líder
máximo do PCC. "Ele está em
regime disciplinar", disse.
Mas afirmou que a população
pode ficar tranqüila. "A polícia
está em alerta. Eu acho que as
demonstrações que têm sido
dadas pela Polícia Civil e pela
Polícia Militar permitem que
fiquemos tranqüilos. Eu estou
absolutamente tranqüilo."
Já o secretário da Segurança
Pública, Saulo de Castro Abreu
Filho, que falou logo após o governador, minimizou a suposta
tentativa de ataque de ontem.
"Não foi ataque nesse termo de
sair por aí dando tiro. Foram
tentativas de resgate, eventualmente atacariam agentes penitenciários para desestabilizar o
sistema, para as pessoas se sentirem desprotegidas", disse.
De acordo com ele, o PCC usa
as ameaças como forma de fazer "propaganda". Disse ainda
que a reação da polícia e as
mortes dos supostos criminosos serviram como um aviso
"para quem pretender atacar
prédio público, funcionário, de
como a ação da polícia será".
"Nós esperamos sempre que
eles joguem as armas e se entreguem. Duzentos e setenta fizeram isso. Oitenta resolveram
enfrentar, morreram", disse,
referindo-se às mortes em confronto com a polícia após os
ataques do PCC em maio.
Sobre possíveis ataques durante a Copa, o secretário diz
acreditar que seja apenas "especulação". "Como você tem
que raciocinar com o lado negativo, o que de pior pode acontecer, você imagina que durante
os jogos os policiais também
têm curiosidade de assistir, as
pessoas estão mais relaxadas,
as ruas estão mais vazias, as rotas de fuga mais fáceis."
Ao contrário do governador,
Saulo não quis admitir que se
trata de uma nova onda de ataques da facção criminosa. "Tenho convicção de que a questão
era muito mais tentativa de desestabilizar o sistema."
Saulo disse ainda que existem em andamento 19 mil escutas da polícia para investigar
o PCC. A polícia, disse, tem utilizado um novo equipamento,
que identifica quando um celular de dentro da penitenciária
faz uma ligação. Isso possibilita
que o sinal seja cortado.
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