São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 2006

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Mudança de gestão do obelisco para a PM é criticada

Associação de veteranos da revolução de 1932 estuda pedir na Justiça o comando sobre o monumento no Ibirapuera

Governador promete R$ 5 milhões para o restauro de estrutura, que está fechada à visitação, depois de passar controle para força policial


DA REPORTAGEM LOCAL

A Sociedade Veteranos de 32, que administra o obelisco do Ibirapuera, criticou ontem o governador Cláudio Lembo (PFL) por repassar a gestão do monumento à Polícia Militar. A entidade cogita entrar na Justiça para manter o controle sobre a obra, uma homenagem aos ex-combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932. O decreto sobre a transferência do obelisco para a PM será assinado na quinta. A mudança foi antecipada pela Folha ontem, na coluna de Mônica Bergamo. A PM disse apenas que o decreto ainda não foi publicado no "Diário Oficial" do Estado. "Agora que estamos fazendo restauro aparece um bonzinho querendo doar o que não é deles. Fomos nós que construímos", afirmou o coronel Antônio Carlos Mendes, vice-presidente da sociedade. As obras de recuperação do obelisco estão paradas por falta de recursos. A construção foi feita pela Fundação MMDC em terreno doado pela prefeitura. A gestão passou a ser da sociedade na década de 50. Mas o monumento -que está fechado à visitação- pertence ao Estado. Mendes classificou a decisão do governador de "simplista" e afirmou que o Estado, embora responsável pela manutenção do monumento graças a um decreto de 1991, não faz o que lhe cabe. "Faz mais de 15 anos que ninguém faz nada." Ontem, o governador Cláudio Lembo afirmou que o Estado vai investir R$ 5 milhões na reforma do obelisco, inaugurado em 1954, quando a cidade de São Paulo fez 400 anos. "Liberarei uma pequena verba para começar a restauração e o futuro governador continua o processo. O importante é ter alguém na administração do monumento, ele está destruído", disse, sem dizer a quantia. "É preciso dinheiro para preservar aquele documento que sofre muito no seu interior, que não foi terminado", afirmou Lembo, para quem o obelisco está "abandonado" por "falta de dinheiro da sociedade que heroicamente o manteve". Ele negou que a reforma seja simplista e disse que ajudará por ser "paulista".


Colaborou AFRA BALAZINA , da Reportagem Local

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