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Mulher assistiu pela TV ao resgate do marido em grua
Severino Silva foi o único sobrevivente do acidente com um guindaste anteontem; quatro trabalhadores morreram
A família achou que Silva também tivesse morrido, mas a mulher o reconheceu ao ver que ele havia sido
resgatado pelos bombeiros
CARLA MONIQUE BIGATTO
DO "AGORA"
Grávida de três meses, a mulher do operário Severino Alves
da Silva, 37, sobrevivente de um
acidente com uma grua que
matou quatro trabalhadores
anteontem, assistiu pela televisão ao resgate do marido.
Segundo a cunhada de Silva e
vizinha do casal - que não quis
se identificar e nem dizer o nome da irmã-, a família achou
que Silva também tivesse morrido, mas a mulher dele reconheceu o marido quando ele
era retirado pelo bombeiro.
De acordo com a cunhada,
por conta da gravidez, a mulher
de Silva sofreu uma crise nervosa, mas passa bem. Silva ficou pendurado no guindaste a
uma altura equivalente a 12 andares até que fosse resgatado
pelos bombeiros.
Silva sofreu fraturas e cortes
profundos nos dois braços e
permanece internado no Hospital das Clínicas. De acordo
com informações dadas pelo
hospital, ele está consciente,
recebeu visitas da mulher, mas
não quis falar com a imprensa.
Não há previsão de alta.
O acidente aconteceu por
volta das 14h30 de anteontem,
na construção de um prédio localizado na esquina da marginal Pinheiros com a avenida
Juscelino Kubitschek, no bairro do Itaim Bibi (zona oeste da
capital). Quatro colegas de Silva morreram.
Os corpos de Joselito de Oliveira, 42, e José da Silva, 24, foram levados para a cidade de
Potuporã, na Bahia, cidade natal de ambos. Ontem, Felix
Teotônio dos Santos, 48, foi enterrado em Santana do Parnaíba e Francisco Alexandre de
Oliveira, 28, em Barueri, ambas
na Grande São Paulo.
Shopping
Segundo a W Torre, empresa
responsável pela obra, o prédio
em construção abrigará escritórios e um shopping center.
Ontem, o canteiro de obras foi
vistoriado por peritos da Polícia Civil e auditores fiscais do
trabalho. A obra foi liberada e
pode recomeçar hoje. A Polícia
Civil abriu inquérito para apurar as causas do acidente.
Quanto a inquérito aberto
em maio, que apura denúncias
de falta de segurança para os
trabalhadores da obra, a auditora Silvia Helena Bughi diz
que a construtora já havia realizado as adaptações exigidas.
Ela não associou essas denúncias ao acidente de anteontem.
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