São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

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Mulher assistiu pela TV ao resgate do marido em grua

Severino Silva foi o único sobrevivente do acidente com um guindaste anteontem; quatro trabalhadores morreram

A família achou que Silva também tivesse morrido, mas a mulher o reconheceu ao ver que ele havia sido resgatado pelos bombeiros

CARLA MONIQUE BIGATTO
DO "AGORA"

Grávida de três meses, a mulher do operário Severino Alves da Silva, 37, sobrevivente de um acidente com uma grua que matou quatro trabalhadores anteontem, assistiu pela televisão ao resgate do marido.
Segundo a cunhada de Silva e vizinha do casal - que não quis se identificar e nem dizer o nome da irmã-, a família achou que Silva também tivesse morrido, mas a mulher dele reconheceu o marido quando ele era retirado pelo bombeiro.
De acordo com a cunhada, por conta da gravidez, a mulher de Silva sofreu uma crise nervosa, mas passa bem. Silva ficou pendurado no guindaste a uma altura equivalente a 12 andares até que fosse resgatado pelos bombeiros.
Silva sofreu fraturas e cortes profundos nos dois braços e permanece internado no Hospital das Clínicas. De acordo com informações dadas pelo hospital, ele está consciente, recebeu visitas da mulher, mas não quis falar com a imprensa. Não há previsão de alta.
O acidente aconteceu por volta das 14h30 de anteontem, na construção de um prédio localizado na esquina da marginal Pinheiros com a avenida Juscelino Kubitschek, no bairro do Itaim Bibi (zona oeste da capital). Quatro colegas de Silva morreram.
Os corpos de Joselito de Oliveira, 42, e José da Silva, 24, foram levados para a cidade de Potuporã, na Bahia, cidade natal de ambos. Ontem, Felix Teotônio dos Santos, 48, foi enterrado em Santana do Parnaíba e Francisco Alexandre de Oliveira, 28, em Barueri, ambas na Grande São Paulo.

Shopping
Segundo a W Torre, empresa responsável pela obra, o prédio em construção abrigará escritórios e um shopping center. Ontem, o canteiro de obras foi vistoriado por peritos da Polícia Civil e auditores fiscais do trabalho. A obra foi liberada e pode recomeçar hoje. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as causas do acidente.
Quanto a inquérito aberto em maio, que apura denúncias de falta de segurança para os trabalhadores da obra, a auditora Silvia Helena Bughi diz que a construtora já havia realizado as adaptações exigidas. Ela não associou essas denúncias ao acidente de anteontem.


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