São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2008

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Acidentes na Fernão Dias crescem 42% em 5 meses

De janeiro a maio deste ano foram 615 ocorrências contra 433 no mesmo período de 2007

Na manhã de ontem, carreta que transportava madeira tombou na altura de Mairiporã e interditou a pista das 6h30 às 12h50

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Recém-concedida à iniciativa privada, a rodovia Fernão Dias teve um crescimento drástico do número de acidentes.
O aumento nos primeiros cinco meses deste ano no trecho paulista da estrada atingiu 42% em relação ao mesmo período de 2007 - de 433 para 615- e 75% em comparação com 2006 (351 casos), segundo a Polícia Rodoviária Federal.
A Fernão Dias é a principal ligação de São Paulo a Minas. A quantidade de mortos (27) e feridos (310) também foi 8% maior do que no ano passado e até 80% ante dois anos atrás.
A piora dos indicadores de segurança viária ocorre num momento em que as lombadas eletrônicas da estrada seguem sem funcionar e em que a concessionária OHL planeja elevar alguns limites de velocidade.
Ontem mesmo uma carreta que transportava paletes de madeira tombou na rodovia. A pista permaneceu interditada perto de Mairiporã (a 37 km de SP) das 6h30 às 12h50, provocando engarrafamentos.
A Fernão, cuja média hoje supera quatro acidentes e dois feridos no trecho paulista diariamente, está sob responsabilidade da iniciativa privada desde fevereiro e deverá cobrar pedágio a partir de agosto.
O programa federal estabelece a obrigatoriedade de a OHL instalar 45 radares só no final do primeiro ano da concessão.
"Quando a rodovia tem muitos buracos, a tendência é que os motoristas dirijam com mais cautela. Quando ela fica boa, eles tendem a abusar da velocidade. O trabalho de fiscalização, por isso, precisa ficar mais intenso", declara Edson Varanda, inspetor da
PRF, para quem parte do aumento de acidentes está ligada à elevação da frota -de 8% em um ano no Estado.
Quatro meses após a concessão, a Folha constatou que a melhoria da estrada era ainda muito discreta. Diversos trechos permaneciam esburacados e a sinalização, precária.
A concessionária afirma cumprir as exigências contratuais. As intervenções básicas precisam ser feitas até agosto, antes da cobrança do pedágio.
A OHL e a PRF atribuem boa parte dos problemas de segurança na via aos trechos urbanos, onde atropelamentos representaram mais de 60% das mortes, contra 20% na média em outras rodovias federais.
A OHL pretende retirar algumas lombadas eletrônicas da estrada instaladas pelo governo federal e construir passarelas -no total, serão 50 até 2011.
A medida deve ser acompanhada da elevação do limite de velocidade em alguns dos trechos para até 90 km/h -contra os atuais 50 km/h e 60 km/h.
A OHL avalia que a baixa velocidade em alguns pontos contribui para haver freadas bruscas e colisões traseiras.
A piora dos índices de segurança viária na Fernão não se repetiu na Régis Bittencourt, também sob concessão da OHL -e que teve queda de 6% dos acidentes, 10% das mortes e 21% de feridos em 2008.


Colaborou a Folha Online

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