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Polícia apura morte de índia de 16 anos no DF
Garota da etnia xavante morreu por hemorragia e infecção causadas por empalação; há ainda suspeita de violência sexual
Jaira Xavante tinha lesão neurológica grave, de
acordo com a Funasa, e não andava nem falava; polícia afirma não ter suspeitos
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Civil de Brasília investiga a morte de uma índia da
etnia xavante de 16 anos, anteontem, em decorrência de
hemorragia e infecção causadas por empalação.
De acordo com o delegado
responsável pelo caso, Antônio
José Romeiro, as primeiras informações do Instituto Médico
Legal apontam perfuração por
via anal feita por instrumento
não identificado de cerca de 40
centímetros. Há suspeita ainda
de violência sexual.
Jaira Xavante tinha lesão
neurológica grave, segundo a
Funasa (Fundação Nacional da
Saúde), e não andava nem falava. Romeiro afirmou que a violência ocorreu provavelmente
na Casa de Apoio à Saúde Indígena, onde a índia estava hospedada, acompanhada pela
mãe, Carmelita, e pela tia, Maria Imaculada Xavante.
A mãe da menina, segundo
disse o delegado, negou que tenha havido violência contra sua
filha. A reportagem não conseguiu o contato da família.
A responsabilidade pelo local
é da Funasa, autarquia do Ministério da Saúde.
A índia é da aldeia São Pedro,
na cidade de Campinápolis
(MT) e estava no Gama, cidade-satélite do DF, para tratamento
desde 28 de maio.
O delegado disse que não sabe quem cometeu a agressão
"atípica" e que não há suspeitos. O instrumento entrou pelo
ânus, segundo ele, e perfurou
órgãos, causando infecção.
Também há lesões na vagina, o
que pode sugerir ato sexual.
A índia apresentou dores abdominais na madrugada de terça na casa de apoio aos índios,
onde foi atendida inicialmente.
Depois, foi levada ao Hospital
Universitário de Brasília.
Segundo a Funasa, ela morreu ao meio-dia após entrar no
centro cirúrgico e sofrer duas
paradas cardiorrespiratórias.
A fundação disse ainda que
foi informada pela direção do
hospital universitário de que há
suspeita de violência sexual.
A Funasa informou que, no
momento em que a menina
apresentou as dores, havia 56
pessoas no local -índios em
sua maioria. A instituição também disse que, no local, há vigilância 24 horas.
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