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SEGURANÇA
Inquérito apura denúncia de que detentos, que ajudavam investigação da PM, foram agredidos após fugirem durante operação
Procuradoria investiga tortura de presos
DA REPORTAGEM LOCAL
A Procuradoria Geral de Justiça
de São Paulo determinou a abertura de inquérito policial para investigar denúncia de que presos
que auxiliavam policiais militares
em investigação do serviço reservado foram torturados após fugirem durante uma operação.
O caso aconteceu em 31 de março deste ano, dias depois que policiais do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância) retiraram dois presos do
Centro de Observação Criminológica (COC), no Carandiru, zona
norte de São Paulo.
No retorno ao presídio, horas
depois da suposta tortura, os dois
detentos, um de 27 e outro de 40
anos, estavam feridos. Os dois
apresentavam hematomas na cabeça, rosto, tórax, braços e pernas. Um preso estava com o fêmur direito quebrado e teve de ser
submetido a uma cirurgia. O outro estava com suspeita de fratura
de costela, de acordo com o serviço médico da unidade.
O que se apura é a existência de
crime de tortura, segundo o promotor Rodrigo Canellas Dias,
coordenador do Centro de Apoio
às Promotorias Criminais.
Seis promotores do Fórum Criminal da Barra Funda irão acompanhar o caso: Sergio Peixoto Camargo, Marcelo Mendroni, Gilberto Marcos Garcia, Alexandre
Mourão Tieri, Artur Pinto Filho e
Cícero José de Moraes.
A legalidade na retirada dos
dois detentos -um condenado
por homicídio e outro por roubo- para investigações da Polícia Militar também será apurada
nesse procedimento.
Os presos teriam sido retirados
da cadeia para ""diligências", como consta do pedido de saída encaminhado à Corregedoria dos
Presídios. A PM estava atrás de
integrantes de quadrilha que planejava roubar um hotel no Guarujá, litoral de São Paulo.
Durante a operação, no dia 30
de março, a dupla teria conseguido fugir do controle dos policiais,
mas foi recapturada na manhã seguinte, depois de um cerco a uma
casa na zona sul de São Paulo.
Um dos presos prestou depoimento no COC e acusou os policiais militares das agressões que
sofrera. A partir da versão dele, a
Corregedoria dos Presídios de
São Paulo, órgão do Judiciário,
abriu sindicância.
Os policiais afirmaram, ao entregar os detentos no presídio,
que eles haviam tentado fugir e
acabaram se acidentando, como
consta do ofício enviado pela direção da prisão ao juiz-corregedor Octávio Augusto Machado de
Barros Filho, relatando o caso.
Segundo o Gradi, um dos presos
teria caído de uma janela, durante
tentativa de fuga, e o outro de
uma escadaria, no interior da casa
onde estavam escondidos.
O Ministério Público pediu proteção especial aos dois presos, que
não estão mais no Carandiru. Por
esse motivo, a Folha não publica
o nome deles.
Ontem, a Secretaria da Segurança Pública informou, por meio de
sua assessoria, que não iria comentar o pedido de inquérito por
não ter sido informado oficialmente da decisão.
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