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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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Professor quer ensinar filho pequeno a atirar

DA REPORTAGEM LOCAL

Aos sete anos ele já atirava. Quer ensinar o mesmo ao filho pequeno para que entenda o que é a arma e não se envolva em acidentes. "Não dá pavor com a arma na mão", diz o professor de educação física Alexandre Moisés Neto, 56. Sem a arma, não consegue dormir em seu sítio em Ituverava, a cerca de 100 km de Ribeirão Preto (SP). "Acontece muito assalto."
Caio Curia, 29, assistente da Justiça Trabalhista, não teme matar em uma situação extrema. "Antes a viúva do ladrão do que a minha", diz.
Praticante de tiro prático (esportivo), já teve de usar a arma da competição -não tem porte- para assustar um homem armado que se aproximou de seu carro. "Estourei o vidro no rosto dele."
Curia procurou o esporte depois de um assalto a mão armada em Ribeirão Preto. "Ou dominava o medo de arma ou não tinha mais vida." Diz que o tranco do revólver o relaxa.
O psiquiatra Henrique Del Nero, coordenador do núcleo de Ciência Cognitiva da USP, diz que estar armado é correr o risco de dar vazão a um lado irracional, incontrolável. "Não é à toa que temos unhas e não garras. Não fomos desenvolvidos para isso. Sem armas, homens derrubaram regimes."


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