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Polícia elimina pistas por não saber técnicas de escavação, diz estudo
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de falhar em procedimentos básicos para manter a área de
um crime isolada da presença de
intrusos, a polícia brasileira ignora e ainda elimina, por falta de conhecimento de técnicas da arqueologia, várias pistas que poderiam ajudar a desvendá-lo.
Casos simbólicos são os que envolvem covas clandestinas -nos
quais fragmentos até são recolhidos para passar por exames de
DNA, mas a disposição dos ossos
é desprezada pela investigação.
Ou seja, os policiais se preocupam em identificar de quem são
os esqueletos, porém desconsideram as evidências que poderiam
ajudar a esclarecer assassinatos,
crimes seriais, suicídios e grupos
de pessoas exterminadas.
A constatação é alvo do trabalho
de dois arqueólogos da Universidade de São Paulo, que será apresentado em um encontro sul-americano sobre paleopatologia
(estudo de doenças do passado),
que começa hoje e vai até sexta-feira na Escola Nacional de Saúde
Pública da Fundação Oswaldo
Cruz, no Rio de Janeiro.
Sérgio Francisco Monteiro da
Silva e Rogério Nogueira Oliveira
dizem que a análise das ossadas
pode ser capaz de indicar a forma
como corpos foram enterrados.
Essas evidências hoje acabam
eliminadas quando os fragmentos
são recolhidos pela polícia ou durante a própria escavação -já
que costumam ser utilizados instrumentos inadequados, que alteram a posição dos fragmentos.
"O policial chega para fazer a
exumação, mas usa equipamentos como pás e enxadas", diz Silva.
Os dois especialistas da USP começaram a dar treinamento sobre
métodos da arqueologia forense
na Academia de Polícia de São
Paulo neste ano. Duas classes de
50 alunos já passaram pelas aulas.
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