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Sob críticas, Enem ainda é aprimorado
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Bolado pelo MEC como
forma de avaliar escolas e
selecionar alunos para faculdades -pretende-se
que substitua os vestibulares-, o Enem está longe
de ser uma unanimidade.
Nicolau Marmo, coordenador do Anglo Vestibulares, diz que o exame "está
errado". Como tem muitos
propósitos, acaba não servindo especificamente para nada. "Não faz uma coisa nem outra", diz.
Há, ainda, o risco de
fraudes, que cresce à medida em que o exame ganha aceitação em faculdades mais concorridas. A
prova terá de ser distribuída para 4,5 milhões de alunos em todo o país.
"O Enem é uma obra em
andamento." É assim que
Reynaldo Fernandes, presidente do Inep (Instituto
Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira), o órgão
incumbido de preparar o
exame, defende-o das críticas mais ácidas.
Fernandes diz que a
possibilidade de fraude é
uma das grandes preocupações do Inep. Para tentar assegurar o sigilo do
exame, está previsto isolar
a gráfica com agentes da
Polícia Federal enquanto
os testes são impressos e
retardar ao máximo seu
envio para os locais de
prova -operação a ser feita com carros-fortes.
Segundo Fernandes, é
preciso diferenciar a "cola" do vazamento: enquanto a primeira tem efeitos
em geral autolimitados, o
segundo pode ser devastador, em especial se ocorrer
mais de 24 horas antes da
hora da prova.
Embora o exame deste
ano tenha apenas uma
prova (apresentada em várias versões, em que a ordem das perguntas é embaralhada), a ideia é que as
próximas edições contem
com diversos modelos,
nos quais as questões não
sejam as mesmas. Segundo o presidente do Inep,
um exame com várias dezenas de provas diferentes
distribuídas aleatoriamente seria, para efeitos
práticos, inviolável.
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