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Cavalos da família Marinho recebem tratos "sem frescura"
DA SUCURSAL DO RIO
"Imagina um homem da qualidade do João Roberto [Marinho] caindo do cavalo?", dizia o
tratador dos cavalos da família
Marinho, José Francisco Alves
Nascimento, o Tamborete, na
semana passada, dando biscoitos de linhaça ao cavalo Hare.
Num condomínio de hipismo
em Itaipava, distrito de Petrópolis, na região serrana do Rio,
Tamborete cuida de Hare, com
o qual o filho do empresário
Roberto Marinho (1904-2003)
saltará obstáculos de 1,20 m no
Athina Onassis Horse Show.
O tratador cuida dos cavalos
da família há 34 anos. Era militar e foi apresentado ao clã por
um sargento, que sabia de sua
habilidade com animais. Tamborete foi contratado pelo empresário aos 22 anos e, orgulha-se, "doutor Roberto nunca deixou de me atender".
"Ele ligava para avisar quais
cavalos iria montar. Eu montava antes, de manhã, para aquecer e, à tarde, ele chegava à hípica", conta. "Para o doutor Roberto, não tinha altura, não. Ele
era raçudo", diz, lembrando
que o patrão saltou um obstáculo de 1,90 m aos 78 anos.
O tratador chora fácil quando
fala do chefe. "Que figura, o
doutor Roberto... Ele era um
homem", diz ele, que comprou
muitos cavalos a pedido do empresário. A equipe amadora da
família, inclusive, leva o apelido
do tratador como nome.
Tamborete estava na fase
brilhante do hipismo na família: acompanhou a égua vitoriosa Miss Globo, "xodó do doutor", em torneios pelo mundo.
Hoje, o tratador cuida dos 16
cavalos de João Roberto e Rodrigo Marinho "sem frescura":
usa ração de grão e feno, trazido
do sul do país, com um pouco
de óleo de linhaça, e, a cada dois
dias, inclui na dieta linhaça pura.
Diariamente, os animais são
esfregados com álcool diluído
em água e, em seguida, escovados. Também tomam banho
com xampu neutro, trazido por
Tamborete de Duque de Caxias, onde ele mora.
O trato simples, diz ele, é "o
que se vê por aí na Europa". "Os
animais é que são bons, não o
que eles comem", afirma.
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