Willian Andrade/TV Globo

O ator como Seu Manuel de "Duas Caras"

DA REPORTAGEM LOCAL

Nome importante do teatro e da TV, o ator Sérgio Viotti morreu na manhã de ontem, aos 82 anos, vítima de parada cardiorrespiratória. Ele estava internado desde 19 de abril no hospital Samaritano, em São Paulo, após sofrer um ataque cardíaco. O velório ocorreu na tarde de domingo, no hospital Beneficência Portuguesa, e seu corpo será cremado às 9h desta segunda, no cemitério da Vila Alpina.
Prolífico diretor de teatro e ator, seu último trabalho na TV foi o personagem Manuel, na novela "Duas Caras" (2007), de Aguinaldo Silva. Entre as novelas de que participou, estão "Xica da Silva", "Terra Nostra", "Sinhá Moça" e "Meu Bem, Meu Mal".
Nascido em São Paulo em 1927, Sérgio Viotti mudou-se para o Rio de Janeiro na segunda metade dos anos 1940, com a intenção de ingressar na carreira diplomática. O contato com a boemia musical carioca fez o rapaz mudar seus planos, e ele passou a escrever na imprensa local.
Sua estreia como ator foi em 1949 na montagem "L'Apollon du Marsac", de Jean Giraudoux, sob a direção de Simone Cox. O debute foi seguido por aventuras amadoras como confecção de fantoches -sob orientação de Maria Clara Machado-, pequenas encenações e tentativa de montar um grupo.
Após esse período, Viotti trocou o Rio por Londres, onde morou até 1958. Lá, trabalhou na rádio BBC, gravou peças para o rádio e escreveu críticas. De volta ao Brasil, em 1959, conheceu Antunes Filho, que o convidou para dirigir a peça "Viagem a Três", de Jean de Letràz.
Em 1961, Viotti estrelou "O Contato", de Jack Gelber, montagem pela qual foi premiado como ator revelação pela ABCT (Associação Brasileira de Críticos Teatrais). Fez trabalhos como diretor e ator, com destaque para o homossexual de "Queridinho", de Charles Dyer.
Nos anos 80, Viotti fez seu primeiro personagem na TV -foram mais de 20 novelas e séries. Colaborou como crítico em diversas publicações e é autor de "Dulcina - Primeiros Tempos", biografia da atriz Dulcina de Morais.


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