São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2010

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Atropelador diz que PMs o impediram de ir à delegacia

Eles cobraram por "ajuda", afirma em novo depoimento o motorista que matou o músico Rafael Mascarenhas

Acusado declara que os policiais exigiram recompensa de seu pai por terem desfeito o local do atropelamento

DIANA BRITO
DO RIO

Em novo depoimento ontem, Rafael Bussamra, 25, que atropelou e matou o músico Rafael Mascarenhas, 18, disse ter sido impedido de registrar a ocorrência pelos PMs Marcelo Leal Martins e Marcelo Bigon, que pararam seu carro após o acidente.
Bussamra atropelou o garoto, filho da atriz Cissa Guimarães, no túnel Acústico, na Gávea (zona sul), que estava interditado, na madrugada do dia 20. Há suspeita de que estava num "racha".
Segundo seu relato, o jovem ligou para o pai, Roberto Bussamra; após deixar o carro batido num posto, foi no veículo dos PMs ao lugar marcado para encontrar o pai, que estava com o filho Guilherme. Lá os PMs exigiram pagamento pela "ajuda".
"Eles disseram que tinham desfeito o local do atropelamento e feito um Brat [Boletim de Registro de Acidente de Trânsito] falso, informando a placa errada ao batalhão, e queriam saber o que o Roberto poderia dar em troca", disse o advogado dos Bussamra, Spencer Levy.
Guilherme ainda insistiu em ir à delegacia, mas ouviu do sargento, segundo Levy: "Se forem lá vão ferrar a gente, mas também ferramos vocês. Sei onde moram e tenho seus telefones. Se tentarem ir lá, isso não vai ficar barato".
Após cobrar R$ 10 mil , os PMs teriam ficado ao lado do carro, esperando o reboque, para garantir que a família não fosse à delegacia.
Até a conclusão desta edição, a Justiça Militar não decidira sobre o pedido de prisão preventiva dos PMs, presos administrativamente.
Segundo o "Jornal Nacional", a empresa responsável pelo GPS no carro dos PMs confirmou o trajeto relatado pelo rapaz no depoimento.


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