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Atropelador diz que PMs o impediram de ir à delegacia
Eles cobraram por "ajuda", afirma em novo depoimento o motorista que matou o músico Rafael Mascarenhas
Acusado declara que os policiais exigiram recompensa de seu pai por terem desfeito o local do atropelamento
DIANA BRITO
DO RIO
Em novo depoimento ontem, Rafael Bussamra, 25,
que atropelou e matou o músico Rafael Mascarenhas, 18,
disse ter sido impedido de registrar a ocorrência pelos
PMs Marcelo Leal Martins e
Marcelo Bigon, que pararam
seu carro após o acidente.
Bussamra atropelou o garoto, filho da atriz Cissa Guimarães, no túnel Acústico,
na Gávea (zona sul), que estava interditado, na madrugada do dia 20. Há suspeita
de que estava num "racha".
Segundo seu relato, o jovem ligou para o pai, Roberto
Bussamra; após deixar o carro batido num posto, foi no
veículo dos PMs ao lugar
marcado para encontrar o
pai, que estava com o filho
Guilherme. Lá os PMs exigiram pagamento pela "ajuda".
"Eles disseram que tinham
desfeito o local do atropelamento e feito um Brat [Boletim de Registro de Acidente
de Trânsito] falso, informando a placa errada ao batalhão, e queriam saber o que o
Roberto poderia dar em troca", disse o advogado dos
Bussamra, Spencer Levy.
Guilherme ainda insistiu
em ir à delegacia, mas ouviu
do sargento, segundo Levy:
"Se forem lá vão ferrar a gente, mas também ferramos vocês. Sei onde moram e tenho
seus telefones. Se tentarem ir
lá, isso não vai ficar barato".
Após cobrar R$ 10 mil , os
PMs teriam ficado ao lado do
carro, esperando o reboque,
para garantir que a família
não fosse à delegacia.
Até a conclusão desta edição, a Justiça Militar não decidira sobre o pedido de prisão preventiva dos PMs, presos administrativamente.
Segundo o "Jornal Nacional", a empresa responsável
pelo GPS no carro dos PMs
confirmou o trajeto relatado
pelo rapaz no depoimento.
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