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LUIZ EDUARDO CERQUEIRA MAGALHÃES (1945-2010)
Uma vida ligada ao Santa Cruz
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Dentro da sala de aula,
Luiz Eduardo Cerqueira Magalhães era para os alunos o
Eduardão, professor de matemática. Por ser grande, ter
1,91 m e voz grossa, aparentava ser muito severo. Mas, no
fundo, era um brincalhão.
Logo após ter se formado
em física pela USP, no final
dos anos 60, ele começou a
lecionar em colégios, como o
Visconde de Porto Seguro.
Em 1969, casou-se com a
psicopedagoga Maria Antônia, que conhecera na época
da faculdade. No mesmo
ano, entrou para o Santa
Cruz, de onde não mais saiu.
O colégio no qual seguiu
carreira, fundado em 1952
por religiosos, iniciou nos
anos 70 um processo para
que os padres abandonassem os cargos de direção.
A etapa se encerrou em
1993, quando Luiz Eduardo
assumiu o posto de diretor da
instituição, função que teve
até a semana passada.
Paralelamente, deu aulas
em faculdades, e, desde
1986, atuou no Conselho Estadual de Educação, que chegou a presidir. Sua vida, porém, foi mesmo o Santa Cruz.
Como diretor, priorizava a
formação humanística dos
alunos, que têm aulas de ética e filosofia. Construiu um
teatro e, recentemente, levou
até a escola o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso,
para falar sobre drogas.
Hoje, o Santa Cruz é o terceiro melhor colégio particular de SP, segundo dados do
Enem 2009. Para ele, isso
não dizia muita coisa -achava que a escola tinha que se
nortear pela formação, e não
pela posição num ranking.
Ontem, morreu aos 65, de
câncer. Deixa viúva, quatro
filhos e cinco netos. Também
ontem foi seu enterro, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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