São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2010

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LUIZ EDUARDO CERQUEIRA MAGALHÃES (1945-2010)

Uma vida ligada ao Santa Cruz

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Dentro da sala de aula, Luiz Eduardo Cerqueira Magalhães era para os alunos o Eduardão, professor de matemática. Por ser grande, ter 1,91 m e voz grossa, aparentava ser muito severo. Mas, no fundo, era um brincalhão.
Logo após ter se formado em física pela USP, no final dos anos 60, ele começou a lecionar em colégios, como o Visconde de Porto Seguro.
Em 1969, casou-se com a psicopedagoga Maria Antônia, que conhecera na época da faculdade. No mesmo ano, entrou para o Santa Cruz, de onde não mais saiu.
O colégio no qual seguiu carreira, fundado em 1952 por religiosos, iniciou nos anos 70 um processo para que os padres abandonassem os cargos de direção.
A etapa se encerrou em 1993, quando Luiz Eduardo assumiu o posto de diretor da instituição, função que teve até a semana passada.
Paralelamente, deu aulas em faculdades, e, desde 1986, atuou no Conselho Estadual de Educação, que chegou a presidir. Sua vida, porém, foi mesmo o Santa Cruz.
Como diretor, priorizava a formação humanística dos alunos, que têm aulas de ética e filosofia. Construiu um teatro e, recentemente, levou até a escola o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para falar sobre drogas.
Hoje, o Santa Cruz é o terceiro melhor colégio particular de SP, segundo dados do Enem 2009. Para ele, isso não dizia muita coisa -achava que a escola tinha que se nortear pela formação, e não pela posição num ranking.
Ontem, morreu aos 65, de câncer. Deixa viúva, quatro filhos e cinco netos. Também ontem foi seu enterro, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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