São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2000


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IMPRENSA
Amigos e familiares de Sandra pedem, durante a cerimônia, a condenação de Pimenta Neves, seu ex-namorado
Missa de jornalista reúne 150 pessoas

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 150 pessoas foram à missa de Sétimo Dia da morte da jornalista Sandra Gomide, 32, morta no domingo passado pelo ex-namorado e também jornalista Antônio Pimenta Neves, 63. Durante a missa, realizada na igreja da Cruz Torta (bairro de Pinheiros), foi lido texto em nome da família e dos amigos pedindo a condenação de Pimenta Neves.
O texto foi lido por Érica Benuti, amiga da jornalista. "A morte de Sandra é para nós uma verdade muito dolorida. Outras verdades, porém, têm de ser incluídas no que vem sendo o desenrolar dos acontecimentos. A primeira delas diz respeito a uma coligação de forças para que o crime permaneça impune", afirmou.
No final da leitura, uma referência às afirmações de Pimenta Neves de que cometeu o crime por ter sido traído profissional e pessoalmente: "Agora (Sandra) começa a passar por um linchamento moral. (...) A verdade de Sandra foi com ela. A que fica, cabe a cada um de nós ajudar a encontrar".
Momentos antes do encerramento da missa, a jornalista Laura Capriglione anunciou aos presentes que será feita uma campanha financeira para ajudar a família de Sandra a pagar os honorários do advogado.
Há a intenção de criar a "Associação Sandra Gomide" para esse fim. A criação da associação seria anunciada ontem após a missa, mas, segundo Érica Benuti, os amigos não conseguiram se reunir para organizar a associação.
O diretor-responsável do jornal "O Estado de S. Paulo", Ruy Mesquita, disse ao advogado Luiz Flávio Gomes, contratado pela família de Sandra, que o procurasse para tratar dos honorários.
"Disse ao advogado que vá conversar comigo. Não sou dono da empresa sozinho. Preciso conversar com os outros diretores. Se os outros concordarem, a família não precisa se preocupar", afirmou após a solenidade. Mesquita disse que foi à missa buscar conforto também para ele. "Estou tão de luto quanto a família."
"Foi uma tragédia inédita para todo mundo, em que uma pessoa muda de personalidade da noite para o dia. O Pimenta que eu conheci, como ele mesmo disse na carta que escreveu às filhas, morreu na hora em que se tornou um assassino", afirmou.
Ele disse que esteve pessoalmente com Sandra uma vez. "Sem saber da relação dela com Pimenta, critiquei uma matéria assinada por ela, e ele disse: "Fale diretamente com ela". Ela, então, foi à minha sala."
Além de Ruy Mesquita, estiveram na missa Rodrigo Mesquita, diretor da Agência Estado, e Fernão Mesquita, diretor-responsável do "Jornal da Tarde".


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