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Presos acusados de matar garota no PR
Universitária, levada na noite de terça-feira da frente da academia que freqüentava, em Curitiba, foi morta e queimada
Secretário da Segurança diz que suspeitos, de 15 e 18 anos, mataram Ana Cláudia Caron após roubo; ambos seriam usuários de drogas
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A universitária de Curitiba
Ana Cláudia Caron, 18, foi morta e queimada por dois adolescentes que a abordaram para
roubar seu carro, disse o secretário da Segurança do Paraná,
Luiz Fernando Delazari. O
principal suspeito do crime
completou 18 anos ontem. O
outro tem 15. Ambos são usuários de maconha e de crack, de
acordo com a polícia.
Eles foram presos anteontem à noite, junto com uma
moça de 22 anos, namorada do
mais velho, e Weryckson Ricardo da Ponte, 19, suspeitos de receptar o carro, os objetos roubados de Ana Cláudia e uma arma. Ponte também venderia
droga aos adolescentes.
Com maioridade atingida
após o crime, um dos suspeitos
ainda será punido com base no
Estatuto da Criança e do Adolescente. Se comprovados os
crimes, ficarão três anos reclusos, no máximo, em educandário correcional do Estado.
Ana Cláudia foi levada no começo da noite de terça-feira da
frente da academia que freqüentava, no centro de Curitiba. Ela e dois homens seguiram
no seu carro, um Palio Fire, segundo testemunhas. O corpo
foi encontrado dois dias depois,
num matagal em Almirante Tamandaré, região metropolitana
da capital do Estado.
A família de Ana Cláudia foi
ao 1º Distrito Policial acompanhar o anúncio da prisão dos
criminosos. Paulo e Liane Caron, os pais, chegaram na companhia da avó da jovem, Romélia Taborda, 76. A única irmã,
Ana Paula, levou Meg, a cachorrinha maltesa de Ana Cláudia.
Tios e amigos disseram que
esperavam ver os adolescentes
apresentados, mas a polícia não
os mostrou a eles.
O delegado Jairo Estorilio, de
Almirante Tamandaré, disse à
Folha que a universitária foi
queimada já morta porque os
adolescentes queriam sumir
com o corpo. Segundo a polícia,
pilhada dos pertences num matagal, a jovem foi despida e estuprada por um ou os dois adolescentes. Reagiu e tentou fugir
nua. Foi recapturada.
Ainda segundo a polícia, um
saco plástico preto foi colocado
na cabeça da estudante porque
ela continuava se debatendo. A
violência ainda incluiu um tiro
na boca. No sábado, a polícia
encontrou o carro, também
queimado. A arma foi localizada ontem.
Estorilio disse que só um laudo técnico apontará a causa da
morte. "O tiro não foi, pois o calibre [de pistola] é muito fraco."
O pai de Ana Cláudia disse
que tentou dar alerta de seqüestro ligando para o número
190, da PM, meia hora depois,
mas afirmou que perdeu tempo
e que sua queixa não foi considerada. "Queriam saber se tinha testemunha", reclamou
ontem, diretamente a Delazari.
Mas também disse que a polícia
foi correta e atenta, depois de
iniciadas as buscas.
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