São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2007

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Presos acusados de matar garota no PR

Universitária, levada na noite de terça-feira da frente da academia que freqüentava, em Curitiba, foi morta e queimada

Secretário da Segurança diz que suspeitos, de 15 e 18 anos, mataram Ana Cláudia Caron após roubo; ambos seriam usuários de drogas

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A universitária de Curitiba Ana Cláudia Caron, 18, foi morta e queimada por dois adolescentes que a abordaram para roubar seu carro, disse o secretário da Segurança do Paraná, Luiz Fernando Delazari. O principal suspeito do crime completou 18 anos ontem. O outro tem 15. Ambos são usuários de maconha e de crack, de acordo com a polícia.
Eles foram presos anteontem à noite, junto com uma moça de 22 anos, namorada do mais velho, e Weryckson Ricardo da Ponte, 19, suspeitos de receptar o carro, os objetos roubados de Ana Cláudia e uma arma. Ponte também venderia droga aos adolescentes.
Com maioridade atingida após o crime, um dos suspeitos ainda será punido com base no Estatuto da Criança e do Adolescente. Se comprovados os crimes, ficarão três anos reclusos, no máximo, em educandário correcional do Estado.
Ana Cláudia foi levada no começo da noite de terça-feira da frente da academia que freqüentava, no centro de Curitiba. Ela e dois homens seguiram no seu carro, um Palio Fire, segundo testemunhas. O corpo foi encontrado dois dias depois, num matagal em Almirante Tamandaré, região metropolitana da capital do Estado.
A família de Ana Cláudia foi ao 1º Distrito Policial acompanhar o anúncio da prisão dos criminosos. Paulo e Liane Caron, os pais, chegaram na companhia da avó da jovem, Romélia Taborda, 76. A única irmã, Ana Paula, levou Meg, a cachorrinha maltesa de Ana Cláudia.
Tios e amigos disseram que esperavam ver os adolescentes apresentados, mas a polícia não os mostrou a eles.
O delegado Jairo Estorilio, de Almirante Tamandaré, disse à Folha que a universitária foi queimada já morta porque os adolescentes queriam sumir com o corpo. Segundo a polícia, pilhada dos pertences num matagal, a jovem foi despida e estuprada por um ou os dois adolescentes. Reagiu e tentou fugir nua. Foi recapturada.
Ainda segundo a polícia, um saco plástico preto foi colocado na cabeça da estudante porque ela continuava se debatendo. A violência ainda incluiu um tiro na boca. No sábado, a polícia encontrou o carro, também queimado. A arma foi localizada ontem.
Estorilio disse que só um laudo técnico apontará a causa da morte. "O tiro não foi, pois o calibre [de pistola] é muito fraco."
O pai de Ana Cláudia disse que tentou dar alerta de seqüestro ligando para o número 190, da PM, meia hora depois, mas afirmou que perdeu tempo e que sua queixa não foi considerada. "Queriam saber se tinha testemunha", reclamou ontem, diretamente a Delazari. Mas também disse que a polícia foi correta e atenta, depois de iniciadas as buscas.


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