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Gripe suína começa a perder força no Brasil
Dados dos governos federal e de SP indicam recuo de casos, mas Brasil lidera em mortes
A principal explicação para a queda no número de novos casos é o fato de a fase
mais rigorosa do inverno
no país já ter passado
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Novos números sobre a gripe
suína confirmam a tendência
de enfraquecimento da epidemia no Brasil. O país, porém,
acaba de superar os Estados
Unidos em número de mortes.
Segundo dados divulgados
ontem pelo Ministério da Saúde, foram identificados 1.578
doentes graves na primeira semana de agosto, 826 na segunda e 273 na semana passada. É a
primeira vez que os novos casos
caem por um período tão longo.
A tendência se repete em São
Paulo. Estudo da Secretaria de
Estado da Saúde obtido pela
Folha mostra que as internações diárias por suspeita de gripe caíram de 43 na primeira semana de agosto para 35 na terceira. Os dados são dos 12 maiores hospitais privados e públicos do Estado.
No Instituto Emílio Ribas, 75
doentes (por gripe e outras
doenças) buscaram o pronto-socorro no último domingo.
Dois domingos antes, o número
de pacientes havia sido de 115.
No auge, foram 250 em um dia.
"Aos poucos nos aproximamos da média habitual, de 70
pessoas por dia", diz David Uip,
diretor do Emílio Ribas.
O estudo paulista incluiu
exames para o H1N1 (vírus da
gripe suína) feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, do governo estadual. Estão menos frequentes os resultados positivos.
O Ministério da Saúde adota
um tom cauteloso e diz que a
tendência de queda pode não
ser definitiva. São Paulo, por
outro lado, afirma que a epidemia caminha para o final.
A principal explicação para a
queda é o fato de a fase mais rigorosa do inverno já ter passado. "Na gripe comum, há uma
curva que começa em maio e
junho e vai até agosto. Com o
H1N1, não vai ser diferente",
diz Wladimir Taborda, assessor
médico do governo paulista.
Segundo Taborda, o H1N1
continua em circulação. As pessoas, portanto, não devem
abandonar as medidas de prevenção, como lavar as mãos
com frequência. Ele lembra
que o vírus deve voltar no próximo inverno, como ocorre a
cada ano com a gripe comum.
Situação mundial
Segundo o Ministério da Saúde, o número de mortes pela
gripe suína chegou a 557. Os dados anteriores, da semana passada, antes das novas confirmações, indicavam 368.
Com isso, o Brasil se tornou o
país com o maior número de
mortes, ultrapassando os Estados Unidos (522). Os EUA, que
entrarão no outono no final do
mês que vem, se preparam para
uma nova onda de infecções.
Considerando-se a população total, o Brasil fica em sétimo lugar no ranking mundial
de mortos, segundo o Ministério da Saúde, com 0,29 morte
por 100 mil habitantes. Os primeiros são Argentina e Chile.
Para enfrentar a doença, o
governo federal enviou ontem
ao Congresso uma medida provisória para liberar R$ 2,1 bilhões em crédito extraordinário. Metade da verba deverá ser
usada na compra de vacinas.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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