São Paulo, quinta-feira, 27 de agosto de 2009

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Gripe suína começa a perder força no Brasil

Dados dos governos federal e de SP indicam recuo de casos, mas Brasil lidera em mortes

A principal explicação para a queda no número de novos casos é o fato de a fase mais rigorosa do inverno no país já ter passado

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Novos números sobre a gripe suína confirmam a tendência de enfraquecimento da epidemia no Brasil. O país, porém, acaba de superar os Estados Unidos em número de mortes.
Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, foram identificados 1.578 doentes graves na primeira semana de agosto, 826 na segunda e 273 na semana passada. É a primeira vez que os novos casos caem por um período tão longo.
A tendência se repete em São Paulo. Estudo da Secretaria de Estado da Saúde obtido pela Folha mostra que as internações diárias por suspeita de gripe caíram de 43 na primeira semana de agosto para 35 na terceira. Os dados são dos 12 maiores hospitais privados e públicos do Estado.
No Instituto Emílio Ribas, 75 doentes (por gripe e outras doenças) buscaram o pronto-socorro no último domingo. Dois domingos antes, o número de pacientes havia sido de 115. No auge, foram 250 em um dia.
"Aos poucos nos aproximamos da média habitual, de 70 pessoas por dia", diz David Uip, diretor do Emílio Ribas.
O estudo paulista incluiu exames para o H1N1 (vírus da gripe suína) feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, do governo estadual. Estão menos frequentes os resultados positivos.
O Ministério da Saúde adota um tom cauteloso e diz que a tendência de queda pode não ser definitiva. São Paulo, por outro lado, afirma que a epidemia caminha para o final.
A principal explicação para a queda é o fato de a fase mais rigorosa do inverno já ter passado. "Na gripe comum, há uma curva que começa em maio e junho e vai até agosto. Com o H1N1, não vai ser diferente", diz Wladimir Taborda, assessor médico do governo paulista.
Segundo Taborda, o H1N1 continua em circulação. As pessoas, portanto, não devem abandonar as medidas de prevenção, como lavar as mãos com frequência. Ele lembra que o vírus deve voltar no próximo inverno, como ocorre a cada ano com a gripe comum.

Situação mundial
Segundo o Ministério da Saúde, o número de mortes pela gripe suína chegou a 557. Os dados anteriores, da semana passada, antes das novas confirmações, indicavam 368.
Com isso, o Brasil se tornou o país com o maior número de mortes, ultrapassando os Estados Unidos (522). Os EUA, que entrarão no outono no final do mês que vem, se preparam para uma nova onda de infecções.
Considerando-se a população total, o Brasil fica em sétimo lugar no ranking mundial de mortos, segundo o Ministério da Saúde, com 0,29 morte por 100 mil habitantes. Os primeiros são Argentina e Chile.
Para enfrentar a doença, o governo federal enviou ontem ao Congresso uma medida provisória para liberar R$ 2,1 bilhões em crédito extraordinário. Metade da verba deverá ser usada na compra de vacinas.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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