São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2010

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"Quando vi a arma, pensei: é hora de rezar"

Vendedor foi rendido por criminosos com fuzis, na avenida Pacaembu, e obrigado a entregar o seu veículo

Câmeras de segurança de escritório gravaram parte do tiroteio que deixou contadora e cabo da PM feridos ontem

DE SÃO PAULO

"Quando vi as armas daquele tamanho apontadas na minha direção, pensei que era hora de rezar porque ia morrer mesmo. Não sei que armas eram, mas sei dizer que eram grandes demais".
Foi assim que o vendedor Élcio Vieira, 55, definiu o que sentiu ao ser parado por criminosos que fugiam da polícia pela avenida Pacaembu, uma das mais movimentadas da zona oeste de São Paulo.
No 23º Distrito Policial (Perdizes), onde o caso é investigado, Vieira disse que lhe "faltou o chão" quando desceu do seu Palio para entregá-lo aos criminosos.
"Eu não sabia onde estava, faltou o chão. Só me lembro deles dizendo que, se eu não descesse do carro rápido, iria morrer ali mesmo. Foi um susto muito grande."
O vendedor disse ainda que os criminosos tiveram dificuldade ao entrar em seu carro porque havia uma mala grande no banco de trás. "Ficou apertado para os quatro [criminosos], eu imaginei que fossem ficar mais nervosos e atirar."
Até a conclusão desta edição, o Palio 2010 do vendedor não havia sido achado.
Segundo o capitão Roberto Takeshi, um dos responsáveis pelo trabalho da PM na região do Pacaembu, o tiroteio ontem não acabou em tragédia porque os PMs comandados por ele souberam como atuar no tiroteio.
"Os policiais perceberam que havia muitos carros e pedestres no local e tiveram controle de seus disparos. Como estavam com armamento muito pesado, eles [os bandidos] iriam fazer de tudo para escapar e isso colocaria muita gente em risco."
O delegado Marco Aurélio Floridi Batista, do 23º DP, investiga imagens de câmeras de segurança de um escritório da avenida Pacaembu que gravaram parte do tiroteio na manhã de ontem.
Duas pistolas, quatro carregadores de munição e dois rádios comunicadores, usados pelos criminosos para ouvir a frequência da polícia, foram apreendidos. Um dos carregadores estava no Toyota Corolla da contadora baleada no peito.
(ANDRÉ CARAMANTE)


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