São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2010

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Polícia investiga roubos a orientais no centro de SP

Desde janeiro, foram registrados 29 assaltos na região central; maior parte dos crimes ocorreu no Cambuci

Como muitos coreanos e chineses vivem ilegalmente no país, diz a polícia, eles guardam dinheiro em casa

DO "AGORA"

A Polícia Civil paulista investiga uma onda de assaltos a orientais, a maioria de origens coreana e chinesa, em bairros da região central da capital. De janeiro para cá, segundo a 1ª Delegacia Seccional (região central de SP), 29 assaltos foram registrados em quatro bairros da região.
Só no Cambuci, onde mora a maioria das vítimas, ocorreram 18 roubos. No Bom Retiro e no Pari, foram outros oito casos -quatro em cada. Os outros três assaltos ocorreram no Brás (zona leste).
Segundo o delegado Aldo Galiano, da delegacia Seccional, nove integrantes de três diferentes quadrilhas especializadas em roubar orientais foram detidos neste ano.
Como muitos chineses e coreanos vivem ilegalmente no país, diz a polícia, eles não têm conta em bancos e guardam dinheiro em casa.
Por medo de serem detidos, não vão à polícia registrar roubo ou fazer o reconhecimento de suspeitos.
Galiano estima que possa ter ocorrido neste ano outros dez roubos contra orientais que não foram registrados por conta desse temor.
Para que vítimas reconheçam suspeitos, a Polícia Civil iniciou, no mês passado, campanha de conscientização nos Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança Pública) da região.
"Estamos fazendo reuniões com os moradores, e explicando que nosso trabalho não é investigar quem está ou não regular no Brasil, mas sim os roubos. As vítimas não podem ficar reféns dessas quadrilhas", afirma o delegado Galiano.

FOGO NO CORPO
Um funcionário público de 56 anos passou por momentos de terror com sua mulher em agosto, na sua casa na Aclimação (centro de SP). Segundo a vítima, descendente de japoneses, três criminosos entraram pelo portão da frente por volta das 4h, subiram até o quarto e os renderam.
"Acordei com uma arma na cabeça. Eles jogaram álcool no meu corpo e ameaçaram atear fogo se eu não entregasse tudo o que quisessem", diz a vítima, que afirmou que os assaltantes foram violentos todo o tempo.
A quadrilha levou celulares, notebook, R$ 2 mil, relógios e talão de cheques. "A todo momento eles se falavam pelo celular. Tinham mais dois ou três dando cobertura do lado de fora da casa."
(LÉO ARCOVERDE)


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