|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORÇAMENTO
Partidos de oposição afirmam que proposta é um "fiasco" e que não aumenta recursos para o setor
Adiada votação de emenda da saúde
DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília
Pela quarta vez consecutiva, a
votação da proposta de emenda
constitucional que vincula recursos da União, Estados e municípios à área de saúde foi adiada.
Até as 20h, deputados ainda não
haviam chegado a um consenso.
O presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), decidiu
transferir a votação para hoje à
tarde para tentar convencer os deputados do PC do B, PT e PDT a
apoiarem a emenda, que precisa
de 308 votos para ser aprovada.
A polêmica foi causada porque
a oposição não aceitou as alterações feitas nas últimas três semanas na parte da proposta que estabelece como será feita a vinculação de recursos da União.
A proposta do deputado Carlos
Mosconi (PSDB-MG), que deveria ter sido votada em 22 de setembro, elevava o orçamento do
Ministério da Saúde no ano que
vem para R$ 25,8 bilhões -R$ 6,2
bilhões a mais do que neste ano.
Segundo a Folha apurou, a
equipe econômica só teria concordado em aumentar o orçamento para R$ 22,5 bilhões, obrigando os deputados a modificarem o texto da emenda que tratava da contribuição da União.
Com as modificações, o gasto
federal em 2000 chegará, no máximo, a R$ 23 bilhões.
A contribuição dos Estados e
municípios não foi alterada. A
proposta estabelece que os Estados invistam, já em 2000, 7% de
seus orçamentos em saúde. O
percentual aumentaria anualmente, chegando a 12% em 2004.
Atualmente, os governos estaduais gastam em média 4,5% do
orçamento com saúde. Já os municípios teriam de investir pelo
menos 10% de suas receitas na
área já no ano que vem. Em 2004,
precisariam chegar a 15%.
A proposta original de Mosconi
previa que a União destinasse à
saúde, em 2000, 48% da arrecadação da Cofins e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), além do 0,2% da CPMF que
tem de ser aplicado na área. Ou
seja, R$ 25,8 bilhões.
Pela nova versão, negociada entre deputados da base governista
e a equipe econômica, a União teria de investir em saúde no ano
que vem 5% a mais do que foi efetivamente gasto em 99.
A partir de 2001, a União investiria o que havia sido gasto no ano
anterior, mais a variação do PIB e
o crescimento populacional.
Para a oposição, a fórmula é um
"fiasco", porque não aumenta
quase nada em relação ao que a
União já vem gastando. "A inflação prevista para este ano é de 8%.
Um aumento de 5% no orçamento não é ganho, é retrocesso", disse Jandira Feghali (PC do B-RJ).
Texto Anterior: Financiamento: Crédito educativo poderá ser ampliado Próximo Texto: "Mudança é golpe", dizem secretários Índice
|