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Kassab admite que ônibus pode aumentar
Prefeito afirma que seria "leviandade" descartar a possibilidade de reajuste da tarifa; valor discutido vai até R$ 2,40
Donos de viações acusam
secretaria dos Transportes
de não reorganizar as linhas
da cidade, conforme
promessa feita em março
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
Pressionada por donos de
viações que acusam a Secretaria Municipal de Transportes
de não reorganizar as linhas de
ônibus da cidade, a gestão Gilberto Kassab (PFL) estuda reajustar a tarifa dos atuais R$ 2
para até R$ 2,40.
As negociações estão em curso há mais de dois meses e a elevação deve ser aplicada ainda
em 2006 -simultaneamente
ao bilhete único integrado e à
passagem da rede sobre trilhos,
conforme intenção já revelada
pelo presidente do Metrô, Luiz
Carlos Frayze David.
Ontem, Kassab refutou as
conversas com os empresários,
mas admitiu a possibilidade de
reajuste. "Seria leviandade minha com a cidade descartar a
possibilidade do aumento", disse. "Mas por enquanto nenhuma reivindicação [das viações]
nos foi apresentada nesse sentido. Não estive reunido com
nenhum empresário."
O valor da futura passagem
vai depender da disposição do
prefeito de manter subsídios,
programados para superar R$
300 milhões no ano que vem.
Empresários dizem que, desde a metade do ano, receberam
recados de representantes de
Kassab de que haveria corte nas
subvenções -e, conseqüentemente, alta da tarifa bem acima
da inflação. Eles acabaram surpreendidos por essa redução
não estar na proposta de Orçamento do Executivo para 2007.
Discurso
Assessores da gestão Kassab
dizem que uma tarifa de R$
2,30 -a mesma reivindicada há
dois meses pelo Metrô para cobrir o déficit R$ 48 milhões nos
primeiros sete meses do ano-
seria suficiente para cobrir a
evolução de despesas do sistema desde março de 2005, data
do último aumento, desde que
mantidos os subsídios atuais.
Mas há quem defenda um valor maior sob duas justificativas: 1) seria possível reduzir as
subvenções e investir os recursos em obras; 2) haveria um
desgaste popular grande, mas
abriria a possibilidade de manter a passagem congelada por
mais tempo, evitando novo reajuste até as eleições de 2008.
O novo discurso das viações
acusa a gestão Kassab de não
cortar 492 das 1.305 linhas de
ônibus, como prometia Frederico Bussinger, secretário dos
Transportes, em março.
O plano para a reorganizar o
transporte coletivo foi apresentado pelo secretário em
meio à paralisação de oito consórcios de empresas que ameaçavam romper os contratos
com a prefeitura. À época, ele
afirmou que a proposta aumentaria a oferta de 903 mil lugares
diários para 1,07 milhão, apesar
do corte nas linhas. O fim da sobreposição dos ônibus também
elevaria os ganhos das viações.
Um dos objetivos do plano
era estimular os passageiros a
fazerem mais baldeações com o
bilhete único. Dessa forma, e
com a construção de terminais
em áreas afastadas, os ônibus
entrariam mais nos bairros.
Passados sete meses, os empresários reclamam que a reordenação não foi implantada e
usam esse argumento para pedir um reajuste rápido.
A Secretaria Municipal dos
Transportes diz que não existem negociações em curso.
Vereadores da base governista, contudo, dizem que a reivindicação dos empresários já foi
apresentada ao município.
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