DA REPORTAGEM LOCAL

Cansado de esperar dois anos na fila, o estudante Fernando (nome fictício) procurou um advogado que dizia ter amigos no consulado da Itália em São Paulo que poderiam ajudá-lo a conseguir a nacionalidade rapidamente. Gastou cerca de 6.000 (cerca de R$ 15 mil) com o processo, mudou-se para a Itália por cinco meses, já contando que obteria a cidadania, mas não a conseguiu.
O suposto advogado lhe entregou documentos que não tinham nenhuma validade e sumiu com o dinheiro. Fernando voltou para São Paulo e agora tenta mover processo contra o falsário.
A demora na concessão da nacionalidade fez com que surgissem grupos de aproveitadores que cobram até 12 mil (cerca de R$ 30 mil) prometendo agilizar o processo. A reportagem entrevistou quatro despachantes que prometem a cidadania em no máximo seis meses. Dizem que usam da influência para furar as filas.
O vice-cônsul da Itália em São Paulo, Marco Leone, negou irregularidades, disse que nenhum funcionário concede favores e afirmou que é "impossível furar essas filas". De acordo com ele, só neste ano, ao menos dez falsários foram denunciados.
Segundo Leone, quem paga para esses despachantes tem o processo de concessão de cidadania paralisado.


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