|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OPINIÃO
"É necessário promover o direito de ir e vir"
JAIRO MARQUES
COORDENADOR-ASSISTENTE DA
AGÊNCIA FOLHA
PARA quem enfrenta,
montado numa cadeira
de rodas, calçadas esburacadas, íngremes e fora de
padrão, a ausência de rampas
em travessias de ruas, além de
obstáculos arquitetônicos diversos ao longo de qualquer
percurso feito em São Paulo,
não é um mero detalhe chegar a uma estação de metrô
-aquelas que são acessíveis, é
claro- e se deparar com um
vão de largura ampla entre a
plataforma e o vagão.
Aqueles cerca de 20 centímetros de espaço vazio para
atingir a composição que vai
sentido "Paraíso" podem representar sério risco de acidente. Isso porque, para vencer o vão, é preciso empinar a
cadeira para trás e usar apenas as rodas traseiras, pois as
dianteiras são pequenas e podem se prender.
Cadeirantes que precisam
usar "veículos" motorizados
correm perigo ainda maior de
ficarem presos, porque a agilidade da cadeira é menor. E
eles devem fazer o quê? Pedir
proteção a "São Bento" ou a
"Santa Cecília"? Não, é preciso facilitar o acesso, promover o direito de ir e vir de forma ampla e irrestrita.
Deficientes, idosos, mães
empurrando carrinhos de bebês são escaldados e temem
demais exposição a imprevistos. Jogar "Luz" nesses ocos
no chão pode representar
mais "Liberdade" para milhares de pessoas que se atrevem
a mostrar que não querem só
ir até as "Clínicas", mas, sim,
querem circular por toda a
metrópole, de preferência, de
metrô.
JAIRO MARQUES é cadeirante e autor do blog
http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br,
na Folha Online
Texto Anterior: Metrô faz minirrampa para facilitar embarque Próximo Texto: Livros escolares são achados no lixo Índice
|