São Paulo, terça-feira, 27 de outubro de 2009

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OPINIÃO

"É necessário promover o direito de ir e vir"

JAIRO MARQUES
COORDENADOR-ASSISTENTE DA AGÊNCIA FOLHA

PARA quem enfrenta, montado numa cadeira de rodas, calçadas esburacadas, íngremes e fora de padrão, a ausência de rampas em travessias de ruas, além de obstáculos arquitetônicos diversos ao longo de qualquer percurso feito em São Paulo, não é um mero detalhe chegar a uma estação de metrô -aquelas que são acessíveis, é claro- e se deparar com um vão de largura ampla entre a plataforma e o vagão.
Aqueles cerca de 20 centímetros de espaço vazio para atingir a composição que vai sentido "Paraíso" podem representar sério risco de acidente. Isso porque, para vencer o vão, é preciso empinar a cadeira para trás e usar apenas as rodas traseiras, pois as dianteiras são pequenas e podem se prender.
Cadeirantes que precisam usar "veículos" motorizados correm perigo ainda maior de ficarem presos, porque a agilidade da cadeira é menor. E eles devem fazer o quê? Pedir proteção a "São Bento" ou a "Santa Cecília"? Não, é preciso facilitar o acesso, promover o direito de ir e vir de forma ampla e irrestrita.
Deficientes, idosos, mães empurrando carrinhos de bebês são escaldados e temem demais exposição a imprevistos. Jogar "Luz" nesses ocos no chão pode representar mais "Liberdade" para milhares de pessoas que se atrevem a mostrar que não querem só ir até as "Clínicas", mas, sim, querem circular por toda a metrópole, de preferência, de metrô.


JAIRO MARQUES é cadeirante e autor do blog http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br, na Folha Online


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