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CRIME ORGANIZADO
Líder do PCC atuava em Ribeirão Preto
Grupo de Geleião movimentava R$ 700 mil por mês com tráfico
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo de José Márcio Felício,
o Geleião, um dos fundadores da
facção PCC (Primeiro Comando
da Capital), movimentava cerca
de R$ 700 mil por mês com tráfico
de drogas na região de Ribeirão
Preto e na Baixada Santista.
A estimativa foi feita pelo próprio preso em depoimento ao
Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) e ao Ministério Público.
O ex-número 1 da facção criminosa está jurado de morte. Em
troca de proteção e de redução de
pena para ele e sua mulher, Petronilha Maria de Carvalho Felício,
presa acusada de envolvimento
com atentados, Geleião delatou
operações, assassinatos de presos
e de advogados ligados à facção e
indicou nomes de atuais líderes.
A droga vendida por seu grupo
vinha da Bolívia e era dividida entre Ribeirão Preto -área de Geleião- e Baixada Santista, controlada por César Augusto Roris
da Silva, o Cesinha, e Sandro Aparecido Silva Santos, o Gulu.
Segundo Geleião, os pontos de
distribuição desse esquema vendiam, a cada 15 dias, 30 kg de cocaína e 500 kg de maconha. O faturamento chegava a R$ 350 mil.
Os três ex-sócios estão isolados
desde maio no regime disciplinar
diferenciado do CRP (Centro de
Reabilitação Prisional) de Presidente Bernardes (589 km de SP).
Até ontem, o depoimento de
Geleião havia levado dois à prisão
-o advogado Abraão Samuel e
Luis Carlos Galego, que seria o
responsável por montar carros
com explosivos para atentados. O
advogado, segundo o depoimento, estaria envolvido em esquema
de troca de carros importados do
Brasil por drogas no Paraguai.
As informações ainda fizeram
com que a polícia isolasse 16 presos acusados de integrar o novo
comando do PCC. Eles serão indiciados por formação de quadrilha
e incluídos em presídios especiais.
A partir do que foi divulgado até
agora, a Folha reconstituiu a nova
hierarquia de liderança da organização. O
Deic prometeu divulgar hoje um
balanço das operações e um novo
organograma. Segundo o Ministério Público, houve uma troca de
90% dos líderes em relação ao organograma montado em maio.
A novidade mais importante é a
saída de Geleião e Cesinha da cúpula, com a ascensão de Marcos
Willians Herbas Camacho, o
Marcola, e mais dois presos, Júlio
César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e José Eduardo
Moura da Silva, o Bandejão.
Entre os delatados por Geleião
está o sequestrador Wanderson
Nilton de Paula Lima, o Andinho,
que, segundo ele, teria dito em
uma conversa no CRP de Presidente Bernardes que mandou
matar o prefeito de Campinas
Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, em setembro do ano
passado. O sequestrador, que foi
denunciado pelo crime, nega ter
participado do homicídio.
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