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Maior problema é o baixo salário, diz professor
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para o professor da Faculdade de Educação da
USP, César Minto, a alta
nos índices de reprovação
e evasão escolar está diretamente relacionada com
a falta de investimento governamental nas escolas.
"Cada vez mais, o descaso com as escolas vai se
tornando perceptível",
diz. "Um porcento de reprovação para mim já é um
número alto. Já mostra
que os indivíduos não estão sendo respeitados no
seu direito à educação."
Os índices foram compilados pela Comissão Municipal de Direitos Humanos justamente para avaliar a situação desses direitos nas regiões das subprefeituras da capital.
O principal problema,
na opinião dele, é a questão salarial. Os baixos salários fazem com que os professores se sintam desestimulados, diz. "Os professores não têm estímulo.
Nas escolas que conseguiram preservar a qualidade,
[isso] foi graças ao estímulo deles".
Ele ressalta ainda que,
caso os governos aumentassem os níveis salariais
dos professores da rede
pública, haveria também
um reflexo no salário das
redes particulares, já que
poderia haver uma migração no fluxo de professores. "Haveria uma evasão
do setor privado para o público", afirma.
A evasão e a repetência,
para ele, também são causadas pelas precárias estruturas escolares. "Na rede estadual de São Paulo
não tem biblioteca e laboratório. Não há nem uma
previsão de ter. Falo de
uma biblioteca e de um laboratório sérios, e não de
uma salinha com uma placa", destaca.
"Não há nenhuma previsão de contratar profissionais para isso. Quantas
bibliotecárias da rede pública você já viu?"
José Carlos Augusto,
presidente do Sieeesp
(sindicato das escolas particulares do Estado de São
Paulo), concorda. Para ele,
a burocracia das redes públicas também é um empecilho para a melhoria na
qualidade da infra-estrutura. "Se quebra alguma
coisa na escola particular,
imediatamente se arruma.
Na rede pública tudo demora", diz. "Essa falta de
estrutura desestimula os
alunos."
(TB)
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