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Câmara fará mudanças pontuais no IPTU
Aliados se comprometem com prefeito a não reduzir receita extra de R$ 744 mi que virá com o aumento do imposto em 2010
Vereadores governistas pretendem alterar o mínimo possível o projeto original; votação final deve ocorrer na quarta-feira que vem
EVANDRO SPINELLI
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A base de apoio do prefeito
Gilberto Kassab (DEM) na Câmara Municipal de São Paulo já
aceitou a decisão do governo de
barrar qualquer tentativa de alteração significativa no projeto
que aumenta em até 60% o IPTU de 1,7 milhão de contribuintes no ano que vem.
Kassab, que tem maioria folgada no Legislativo, pediu para
que os vereadores aliados não
mexam nas alíquotas e, principalmente, não aprovem qualquer medida que diminua a receita extra que o aumento do
imposto trará no ano que vem:
R$ 744 milhões a mais que o
previsto para este ano. A receita total com o tributo em 2010
será de R$ 3,944 bilhões.
Kassab também pediu para
que o número de contribuintes
isentos de IPTU -cerca de 1
milhão- não seja reduzido.
A Câmara já aprovou anteontem o projeto em primeiro turno sem alterações -36 a favor,
17 contra, 1 abstenção e 1 ausência. O segundo turno está
previsto para quarta-feira.
Segundo a Folha apurou, todas as mudanças pontuais que
os vereadores quiserem fazer
terão de ser submetidas aos
técnicos da Secretaria de Finanças até segunda-feira.
Kassab disse que poderão ser
feitas alterações pontuais na
planta genérica de valores onde
forem identificados erros ou
distorções. "Se tiver erros que
sejam apontados e contem com
a aquiescência das nossas equipes técnicas, terão o nosso
apoio", afirmou ontem.
A planta genérica estabelece
o valor do metro quadrado de
terreno em todas as ruas e é a
base do cálculo do IPTU.
Uma mudança no projeto já
acertada, como a Folha revelou ontem, é a redução dos valores dos metros quadrados na
cracolândia -área do centro
onde viciados usam drogas à
luz do dia. As bancadas do
PSDB (governista) e do PT
(oposição) têm uma proposta
idêntica: tirar o teto de aumento para pelo menos os 20 mil
imóveis de alto luxo. Segundo a
proposta de Kassab, imóveis
residenciais terão aumento
máximo de 40% em 2010. O teto para os comerciais é de 60%.
A proposta de tucanos e petistas pode ser aceita pelo governo como forma de compensar a redução nos valores de
terreno em algumas áreas.
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