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VIOLÊNCIA
No Rio, quatro agentes foram rendidos em sanatório penal
Presos se rebelam e fazem refém em SP
da Reportagem Local
Uma agente carcerária foi mantida como refém, durante cerca de
três horas, por 150 detentos que se
rebelaram ontem na cadeia do 41º
DP (Vila Rica) em São Paulo.
Com faixas improvisadas feitas
com lençol, os presos fizeram um
protesto e acusaram policiais de
práticas de tortura. O tumulto começou às 9h30, quando a carcereira Tânia Sato, 31, entrou no pátio para servir o café da manhã.
A carcereira foi rendida por um
faxina (detento que fica no pátio e
que ajuda na distribuição da comida), que estava armado com
um revólver falso, fabricado com
sabão e papel.
O preso roubou as chaves da
carcereira e, em seguida, abriu as
cinco celas da delegacia.
Os presos afirmam ser vítimas
de tortura policial. Eles apontaram o chefe dos investigadores da
delegacia, Ivan Paiva, como o responsável pelas agressões.
Paiva negou as acusações e disse
que a rebelião teve como objetivo
atrair a atenção da imprensa. Os
presos reclamaram ainda da superlotação carcerária. Antes da
rebelião, havia 150 homens detidos em um espaço ideal para 30.
Os rebelados conseguiram a
transferência de 18 detentos para
o Cadeião de Pinheiros. A rebelião foi acompanhada por policiais militares e civis, que negociaram a libertação da refém.
Decapitado
A Polícia Civil de Piracicaba
(170 km de SP) instaurou inquérito para apurar a morte do detento
José de Fátimo dos Santos, 43. Ele
foi decapitado na manhã da última quinta-feira dentro do Cadeião de Piracicaba. Até ontem, a
polícia não tinha pistas sobre os
autores nem as causas da morte.
Em Jundiaí, o preso David Gonçalves Martiminiano, 21, foi morto na última quinta-feira na cadeia da cidade. Segundo a polícia,
presos encapuzados cometeram o
crime a golpes de estilete porque
ele teria desrespeitado a mulher
de um preso durante visita.
No Rio, dez presos do sanatório
penal, que funciona dentro do
Complexo Penitenciário de Bangu (zona oeste do Rio), se rebelaram ontem e mantiveram quatro
agentes penitenciários como reféns durante uma hora e meia.
A rebelião começou às 9h quando os quatro detentos saíam da
enfermaria. Eles dominaram os
agentes usando um revólver, uma
pistola e objetos pontiagudos.
A rebelião foi controlada com a
chegada de policiais do 14º Batalhão da Polícia Militar (Bangu),
que cercaram o prédio impedindo a fuga dos presos.
O sanatório abriga 113 detentos
com problemas pulmonares.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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