São Paulo, Segunda-feira, 27 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIOLÊNCIA

No Rio, quatro agentes foram rendidos em sanatório penal

Presos se rebelam e fazem refém em SP

da Reportagem Local

Uma agente carcerária foi mantida como refém, durante cerca de três horas, por 150 detentos que se rebelaram ontem na cadeia do 41º DP (Vila Rica) em São Paulo.
Com faixas improvisadas feitas com lençol, os presos fizeram um protesto e acusaram policiais de práticas de tortura. O tumulto começou às 9h30, quando a carcereira Tânia Sato, 31, entrou no pátio para servir o café da manhã.
A carcereira foi rendida por um faxina (detento que fica no pátio e que ajuda na distribuição da comida), que estava armado com um revólver falso, fabricado com sabão e papel.
O preso roubou as chaves da carcereira e, em seguida, abriu as cinco celas da delegacia.
Os presos afirmam ser vítimas de tortura policial. Eles apontaram o chefe dos investigadores da delegacia, Ivan Paiva, como o responsável pelas agressões.
Paiva negou as acusações e disse que a rebelião teve como objetivo atrair a atenção da imprensa. Os presos reclamaram ainda da superlotação carcerária. Antes da rebelião, havia 150 homens detidos em um espaço ideal para 30.
Os rebelados conseguiram a transferência de 18 detentos para o Cadeião de Pinheiros. A rebelião foi acompanhada por policiais militares e civis, que negociaram a libertação da refém.

Decapitado

A Polícia Civil de Piracicaba (170 km de SP) instaurou inquérito para apurar a morte do detento José de Fátimo dos Santos, 43. Ele foi decapitado na manhã da última quinta-feira dentro do Cadeião de Piracicaba. Até ontem, a polícia não tinha pistas sobre os autores nem as causas da morte.
Em Jundiaí, o preso David Gonçalves Martiminiano, 21, foi morto na última quinta-feira na cadeia da cidade. Segundo a polícia, presos encapuzados cometeram o crime a golpes de estilete porque ele teria desrespeitado a mulher de um preso durante visita.
No Rio, dez presos do sanatório penal, que funciona dentro do Complexo Penitenciário de Bangu (zona oeste do Rio), se rebelaram ontem e mantiveram quatro agentes penitenciários como reféns durante uma hora e meia.
A rebelião começou às 9h quando os quatro detentos saíam da enfermaria. Eles dominaram os agentes usando um revólver, uma pistola e objetos pontiagudos.
A rebelião foi controlada com a chegada de policiais do 14º Batalhão da Polícia Militar (Bangu), que cercaram o prédio impedindo a fuga dos presos.
O sanatório abriga 113 detentos com problemas pulmonares.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)


Texto Anterior: Vendedor quer telefone instalado
Próximo Texto: Morre o fotógrafo Gil Passarelli
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.