São Paulo, Segunda-feira, 27 de Dezembro de 1999


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ADMINISTRAÇÃO

Governistas negociam para destinar verba a seus redutos

Câmara faz sessão especial para votar o Orçamento

do "Agora São Paulo"



A Câmara vota hoje o Orçamento da prefeitura para o ano que vem, marcada pelo interesse dos vereadores governistas em garantir obras para seus redutos eleitorais, de olho na eleição de 2000.
O Orçamento deve ser votado em sessão extraordinária, às 19h. Depois irão a voto as emendas. Amanhã, funcionários da Câmara vão reunir e organizar as alterações ao Orçamento. O texto final deve ser votado às 20h.
O afogadilho da votação -a proposta tem de ser aprovada ainda nesta semana, por ser referir ao Orçamento do próximo ano- se deve às idas-e-vindas do projeto.
A prefeitura enviou à Câmara, em setembro, uma proposta do prefeito Celso Pitta. Ela prevê para 2000 mais gastos em obras de grande visibilidade, como conjuntos Cingapura, corredores de ônibus e obras viárias.
Nesta proposta, Pitta fixou em 15% do Orçamento as verbas que poderiam ser remanejadas sem aprovação dos vereadores.
O projeto foi analisado pela Comissão de Finanças da Câmara, na qual vereadores que apóiam o prefeito são maioria. A comissão decidiu fixar em 1% o percentual de remanejamento.
Para que a proposta original (com 15% de remanejamento) fosse aprovada em uma primeira votação, Pitta negociou com os vereadores. Ele garantiu que poderiam ser apresentadas emendas que mudam o texto. Assim, um vereador pode tirar verba de um lugar e destiná-lo a uma obra em seu reduto eleitoral. O prefeito combinou com os 30 vereadores situacionistas (são 55 no total) que cada um poderia apresentar emendas que mexessem em até R$ 1,5 milhões do Orçamento.
Desta maneira, os governistas, que já estão em campanha para a reeleição, querem garantir votos. Neste jogo, os vereadores da oposição ficam de fora. Suas emendas devem ser rejeitadas.
Entre as alterações propostas pela oposição, está a transferência de verbas do Fura-fila para a construção de escolas. Os vereadores oposicionistas também vão insistir na manutenção de 1% de remanejamento para o prefeito.


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