São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002

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VESTIBULAR

Medida visa garantir permanência até fim do curso

Carente terá acompanhamento de professor e bolsa de estudo na UFRJ

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) oferecerá, a partir do ano que vem, 250 bolsas para alunos carentes. A idéia é garantir que estudantes de baixa renda que tenham passado pelo filtro do vestibular tenham condições de se manter até o fim do curso de graduação.
O valor da bolsa é de R$ 250 para alunos de famílias cuja renda seja inferior a três salários mínimos. A idéia de Carlos Lessa, reitor licenciado da instituição, é sensibilizar empresas e o governo federal para aumentar o apoio aos alunos que classifica como "heróis do vestibular", por terem estudado em escolas públicas e conseguido vaga numa das mais concorridas universidades do Brasil.
Cada aluno beneficiado com uma bolsa terá também um professor que o acompanhará durante todo o curso.
Lessa se licenciou do cargo de reitor porque recebeu um convite - já aceito- do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para presidir o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social).
A preocupação de Lessa é que o novo reitor -deve haver uma eleição para a escolha- dê continuidade a esse e a outros projetos iniciados em sua curta gestão.
Ele deixa a instituição com alguns projetos já encaminhados, como a criação de 12 novos cursos de graduação -entre eles engenharia de petróleo e alimentação- e de um inédito de pós-graduação, com o objetivo de melhorar a formação de oficiais do Corpo de Bombeiros.
"Acionando saberes da universidade, descobrimos que podemos fazer com facilidade um curso de pós-graduação para os bombeiros. Temos as melhores equipes de anatomia, gente que conhece, por exemplo, combustíveis ou dinâmica de fluxo, entre outras especializações", afirmou.
Segundo Lessa, a UFRJ está se transformando em um "laboratório de um modelo de inserção diferente da universidade na vida brasileira."
Ele dá como exemplo desse "novo modelo" a relação da pesquisa com o mercado. Segundo Lessa, a falta de perspectiva de orçamentos públicos e a perspectiva de financiamento privado levou a universidade a procurar novas fontes de recursos.


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