São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002

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Assassinatos crescem desde 98

DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de homicídios no Estado do Rio já igualou, de janeiro a novembro de 2002, a verificada no ano passado: 42,2 por 100 mil habitantes, o que aponta para um aumento até dezembro.
Dados do Anuário Estatístico produzido pelo Núcleo de Pesquisa e Análise Criminal da Secretaria de Segurança Pública mostram que a taxa de homicídios sobe desde 1998. O anuário traz dados desde 1991, quando a taxa de homicídios era de 58,8 por 100 mil. A taxa foi subindo até 1995, quando atingiu seu auge, 64 mortes por 100 mil habitantes.
Começou a cair a partir daí e chegou a 41,5 em 1998. Desde então, foi a 42,1 em 1999, 43,9 em 2000 e 42,2 em 2001.
"Estimo que chegue a 45 [mortes por 100 mil" até dezembro", afirma o sociólogo Ignacio Cano, professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e especialista na análise de indicadores de criminalidade.
Para Cano, o governo de Benedita da Silva (PT) poderia ter obtido melhores resultados. "Existe uma cultura de que combater a delinquência é dar tiro. Uma autoridade de segurança não pode admitir a bala perdida como uma realidade, e isso aconteceu nesse governo."
Para o sociólogo, a redução de homicídios depende de investimentos, principalmente projetos para a inserção social de jovens, controle de armas de fogo e melhora nas investigações -medidas que, na avaliação dele, o governo de Benedita não teve tempo nem dinheiro para fazer.


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