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Agora, Masp implanta sensores e alarmes
Uma semana após furto de obras de Picasso e Portinari, museu reforça segurança; entrada de visitantes será mais rigorosa
Para proteger acervo, museu aumenta a vigilância externa do prédio, com ajuda
da Polícia Militar, e contrata empresa terceirizada
DA REPORTAGEM LOCAL
O Masp (Museu de Arte de
São Paulo) começou a reforçar
a segurança para proteger o seu
acervo, que sofreu o furto de
duas obras de Pablo Picasso e
Candido Portinari há exatamente uma semana.
Entre as medidas estão a implantação de sensores e alarmes -que já foi iniciada-, o
maior rigor na entrada de visitantes, o aumento da vigilância
externa do prédio, com a ajuda
da Polícia Militar, e a contratação de uma empresa de segurança terceirizada.
As medidas foram relatadas
pela direção do Masp ao diretor
do Departamento de Museus e
Centros Culturais do Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), José do Nascimento Júnior.
Segundo ele, que esteve no
Masp ontem, o museu está seguindo uma lista de orientações de segurança encaminhada pela Polícia Militar.
Nascimento Júnior diz que
ouviu de conselheiros e do presidente do Masp, Júlio Neves,
as medidas de segurança que
estão sendo tomadas para possibilitar a reabertura do acervo
aos visitantes, marcada para o
dia 8 de janeiro.
Depois da conversa com o diretor do Iphan, conselheiros e
integrantes da diretoria executiva do Masp se reuniram e
aprovaram uma série de propostas para reforçar a vigilância. As medidas serão divulgadas hoje.
Segundo o cardiologista e ex-ministro da Saúde Adib Jatene,
presidente do conselho, as propostas, já aprovadas, ainda vão
receber uma redação final.
"Nós temos várias exposições que vêm de fora e essa
questão precisa ser tratada com
muito cuidado", afirmou Jatene. "O conselho está em reunião permanente. E o apoio às
medidas da diretoria foi unânime", disse o ex-ministro, que
não quis detalhar as propostas.
Segundo um conselheiro, o
texto aprovado ontem tinha oito itens. De acordo com a assessoria do Masp, a redação final
será repassada aos conselheiros e as propostas ainda podem
ser modificadas hoje.
"O que aconteceu no Masp
afeta todos os museus. Afeta a
imagem do país", disse Nascimento Júnior. "Que essa ação
[dos bandidos] sirva de alerta
para todos os museus."
Segundo o diretor do Iphan,
o Masp está avaliando seus procedimentos internos de segurança, entre eles, a revista dos
pertences de visitantes, que deve se tornar mais rígida, e a troca de turnos de vigias em horários alternados. Na última
quinta-feira, os ladrões aproveitaram a troca de turno para
levar os quadros.
Ontem, também segundo
Nascimento Júnior, o museu
implantava sensores de presença em salas de exposição.
O furto das duas obras de arte
durou apenas três minutos. Os
ladrões usaram um maçarico e
um pé-de-cabra para entrar no
prédio. Nenhum dos funcionários diz ter percebido a movimentação dos ladrões.
A vigilância do acervo, no entanto, era feita por funcionários do Masp contratados como
orientadores de público, sem
formação em segurança nem
registro na Polícia Federal.
Ontem, mais seis funcionários foram ouvidos pela Polícia
Civil, que ainda não tem pistas
sobre a identidade dos ladrões.
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