São Paulo, quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

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Guia gay dá dicas para turistas e paulistanos

"Guia GLS - São Paulo", lançado pela Publifolha, traz cerca de 200 endereços, como clubes, bares e saunas

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem passa pela rua Rio Grande com a avenida Conselheiro Rodrigues Alves, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo), não desconfia de que ali funciona um inferninho gay e uma das maiores casas de orgias sexuais da cidade.
Para ajudar o turista homossexual (e também os paulistanos), o jornalista Sérgio Ripardo, editor de Ilustrada da Folha Online e colunista gay do site, percorreu pouco mais de 300 clubes, bares, restaurantes, cafés, saunas, cinemas pornôs (e de arte) e lojas da cidade. E selecionou cerca de 200 endereços para lançar o "Guia GLS - São Paulo" pela Publifolha (135 páginas, R$ 34,90).
Na apuração, o autor ouviu uma centena de pessoas para, além de descrever o público, criar amarração entre os lugares e fazer um mapeamento das tribos GLS.
A maior dificuldade, diz Ripardo, é a alta "taxa de mortalidade" das casas, já que muitas ficam abertas por pouco tempo. Isso faz com que o guia precise de atualizações regulares para não ficar datado.
Alguns exemplos são as boates Bubu e Glória, fechadas pela Prefeitura de São Paulo por irregularidades na licença de funcionamento, mas que já reabriram, e o clube Ultralounge, fechado permanentemente por reclamação de moradores.
Já para o turista, o maior problema é mapear os lugares e ter referências em relação às distâncias, segundo o autor. A internet, afirma Ripardo, é uma fonte imprecisa, muito baseada no lado comercial, por meio de anúncios.
"A dificuldade é saber aonde ir e o que encontrar."
Com indicações de roteiros culturais, hotéis, restaurantes e programas de lazer, o guia conta a evolução da vida gay em São Paulo.
"Historicamente, a convivência gay era localizada no entorno da biblioteca Mário de Andrade e do Vale do Anhangabaú. Nos anos 80 e 90, migrou para a região dos Jardins. Agora, o mercado cresce na Barra Funda e Lapa", afirma Ripardo.
Segundo o autor, o livro é seletivo e exclui lugares por critérios de segurança, higiene, perfil de público e histórico de criminalidade.
"O mercado gay sempre foi associado à marginalidade, ao crime, à cena underground. Hoje começa a se profissionalizar e a adotar discursos dos setores formais da economia, como respeito ao consumidor e geração de empregos e impostos", afirma. Mais do que um roteiro de guetos, o "Guia GLS - São Paulo" é uma referência para o turista na cidade. Indica, por exemplo, o Museu da Língua Portuguesa e a Pinacoteca do Estado que, embora não sejam lugares gays, são do gosto do público GLS.


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