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Guia gay dá dicas para turistas e paulistanos
"Guia GLS - São Paulo", lançado pela Publifolha, traz cerca de 200 endereços, como clubes, bares e saunas
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem passa pela rua Rio
Grande com a avenida Conselheiro Rodrigues Alves, na Vila
Mariana (zona sul de São Paulo), não desconfia de que ali
funciona um inferninho gay e
uma das maiores casas de orgias sexuais da cidade.
Para ajudar o turista homossexual (e também os paulistanos), o jornalista Sérgio Ripardo, editor de Ilustrada da Folha
Online e colunista gay do site,
percorreu pouco mais de 300
clubes, bares, restaurantes, cafés, saunas, cinemas pornôs (e
de arte) e lojas da cidade. E selecionou cerca de 200 endereços para lançar o "Guia GLS -
São Paulo" pela Publifolha (135
páginas, R$ 34,90).
Na apuração, o autor ouviu
uma centena de pessoas para,
além de descrever o público,
criar amarração entre os lugares e fazer um mapeamento das
tribos GLS.
A maior dificuldade, diz Ripardo, é a alta "taxa de mortalidade" das casas, já que muitas
ficam abertas por pouco tempo.
Isso faz com que o guia precise
de atualizações regulares para
não ficar datado.
Alguns exemplos são as boates Bubu e Glória, fechadas pela
Prefeitura de São Paulo por irregularidades na licença de
funcionamento, mas que já reabriram, e o clube Ultralounge,
fechado permanentemente por
reclamação de moradores.
Já para o turista, o maior problema é mapear os lugares e ter
referências em relação às distâncias, segundo o autor. A internet, afirma Ripardo, é uma
fonte imprecisa, muito baseada
no lado comercial, por meio de
anúncios.
"A dificuldade é saber aonde
ir e o que encontrar."
Com indicações de roteiros
culturais, hotéis, restaurantes e
programas de lazer, o guia conta a evolução da vida gay em
São Paulo.
"Historicamente, a convivência gay era localizada no entorno da biblioteca Mário de
Andrade e do Vale do Anhangabaú. Nos anos 80 e 90, migrou
para a região dos Jardins. Agora, o mercado cresce na Barra
Funda e Lapa", afirma Ripardo.
Segundo o autor, o livro é seletivo e exclui lugares por critérios de segurança, higiene, perfil de público e histórico de criminalidade.
"O mercado gay sempre foi
associado à marginalidade, ao
crime, à cena underground.
Hoje começa a se profissionalizar e a adotar discursos dos setores formais da economia, como respeito ao consumidor e
geração de empregos e impostos", afirma. Mais do que um
roteiro de guetos, o "Guia GLS -
São Paulo" é uma referência
para o turista na cidade. Indica,
por exemplo, o Museu da Língua Portuguesa e a Pinacoteca
do Estado que, embora não sejam lugares gays, são do gosto
do público GLS.
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