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Prefeitura do Rio inaugura o complexo Cidade da Música
São 4 prédios com salas para concertos, óperas e ensaios, além de cinemas e lojas
ANDRÉ ZAHAR
CAIO JOBIM
DA SUCURSAL DO RIO
O prefeito do Rio, Cesar
Maia, inaugurou ontem a obra
mais polêmica do seu terceiro
mandato, a Cidade da Música,
um complexo de salas para
concertos e óperas maior do
que a paulistana Sala São Paulo.
Maia descerrou a placa do
complexo erudito antes da estréia oficial hoje, quando haverá um concerto para convidados, a cargo da OSB (Orquestra
Sinfônica Brasileira).
A menos de uma semana do
fim do mandato, o prefeito chegou a chorar durante a exibição
da banda da Guarda Municipal
para uma platéia de cerca de
cem operários e servidores da
prefeitura. O espaço foi benzido por um padre e o prefeito assistiu, ao lado de secretários de
governo, a uma "canja" da OSB
sob regência do maestro Roberto Minczuk. Hoje, a orquestra se apresenta com a soprano
dinamarquesa Sine Bundgaard.
Com investimento de
R$ 518,4 milhões bancado pela
Prefeitura do Rio, a Cidade da
Música tem 52 mil metros quadrados de área construída.
É um complexo de quatro
prédios com sala para concertos e óperas, com capacidade
para 1.800 lugares, uma sala de
música de câmara de 500 lugares, três cinemas, lojas, café,
restaurante, sete salas de ensaio e mais dez salas de aulas.
A Sala São Paulo, que abriga
os concertos da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São
Paulo), tem capacidade para
1.484 lugares, além de 22 camarotes. A reforma, que transformou em complexo cultural o
prédio da Estação Júlio Prestes, durou um ano e meio e foi
concluída em 1999.
Para concluir o projeto original, o Rio precisa ainda de cerca
de R$ 30 milhões, que o prefeito diz que deixará em caixa para
a próxima gestão.
Ontem, Maia comentou as
críticas à obra. "A polêmica ajuda a gerar memória, faz com
que o fato fique colado àquele
que tomou a decisão", disse.
"Quando eu tiver 90 anos e for
candidato a senador vitalício,
virá este reconhecimento. Todos os templos são construídos
sob polêmica."
A Cidade da Música abriu um
debate. "O Rio merece um espaço exclusivo para a música",
diz o maestro Edino Krieger,
autor da composição inédita
que a OSB executará hoje. O
compositor Tim Rescala rebate: "É o projeto certo no lugar
errado, com o orçamento errado, feito de um jeito errado".
O projeto do complexo é do
premiado arquiteto francês
Christian de Portzamparc,
também autor da Cidade da
Música de Paris.
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