São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 2008

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Prefeitura do Rio inaugura o complexo Cidade da Música

São 4 prédios com salas para concertos, óperas e ensaios, além de cinemas e lojas

ANDRÉ ZAHAR
CAIO JOBIM
DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio, Cesar Maia, inaugurou ontem a obra mais polêmica do seu terceiro mandato, a Cidade da Música, um complexo de salas para concertos e óperas maior do que a paulistana Sala São Paulo.
Maia descerrou a placa do complexo erudito antes da estréia oficial hoje, quando haverá um concerto para convidados, a cargo da OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira).
A menos de uma semana do fim do mandato, o prefeito chegou a chorar durante a exibição da banda da Guarda Municipal para uma platéia de cerca de cem operários e servidores da prefeitura. O espaço foi benzido por um padre e o prefeito assistiu, ao lado de secretários de governo, a uma "canja" da OSB sob regência do maestro Roberto Minczuk. Hoje, a orquestra se apresenta com a soprano dinamarquesa Sine Bundgaard.
Com investimento de R$ 518,4 milhões bancado pela Prefeitura do Rio, a Cidade da Música tem 52 mil metros quadrados de área construída.
É um complexo de quatro prédios com sala para concertos e óperas, com capacidade para 1.800 lugares, uma sala de música de câmara de 500 lugares, três cinemas, lojas, café, restaurante, sete salas de ensaio e mais dez salas de aulas.
A Sala São Paulo, que abriga os concertos da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), tem capacidade para 1.484 lugares, além de 22 camarotes. A reforma, que transformou em complexo cultural o prédio da Estação Júlio Prestes, durou um ano e meio e foi concluída em 1999.
Para concluir o projeto original, o Rio precisa ainda de cerca de R$ 30 milhões, que o prefeito diz que deixará em caixa para a próxima gestão.
Ontem, Maia comentou as críticas à obra. "A polêmica ajuda a gerar memória, faz com que o fato fique colado àquele que tomou a decisão", disse. "Quando eu tiver 90 anos e for candidato a senador vitalício, virá este reconhecimento. Todos os templos são construídos sob polêmica."
A Cidade da Música abriu um debate. "O Rio merece um espaço exclusivo para a música", diz o maestro Edino Krieger, autor da composição inédita que a OSB executará hoje. O compositor Tim Rescala rebate: "É o projeto certo no lugar errado, com o orçamento errado, feito de um jeito errado".
O projeto do complexo é do premiado arquiteto francês Christian de Portzamparc, também autor da Cidade da Música de Paris.


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