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Sexo virtual pode ser "doentio", diz psicólogo
EDITOR DE INFORMÁTICA DA FOLHA ONLINE
A crescente monetização do
sexo na internet desperta a
atenção de psicólogos, que
vêem na obsessão pelo virtual
uma patologia.
"A prática se torna doentia
quando impede alternativas de
relacionamentos reais", diz o
psicólogo Oswaldo Rodrigues
Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade.
De acordo com Rodrigues Jr.,
é equivocado classificar esse tipo de estímulo como masturbação.
"Mesmo que exista automanipulação genital, a condição é
diferente, pois existe uma troca
entre duas pessoas", diz.
De acordo com a psicóloga e
terapeuta sexual Arlete Gavranic, do Isexp (Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática), as transas on-line são usadas por pessoas com "pouca liberdade para manifestar suas fantasias com o parceiro ou a
parceira".
Na rede, analisa ela, vivem
uma transgressão segura. Podem "trair, fazer algo que consideram ilegal ou inadequado,
pois de alguma forma se sentem protegidas no anonimato".
Novos produtos
De olho no crescimento do
mercado, empresas estão colocando à venda produtos que
buscam tornar o sexo virtual o
mais próximo possível da experiência real.
A empresa britânica Novo,
por exemplo, desenvolveu a
webcam Minoru 3D. Com aparência entre um robozinho e
um vibrador, esse aparelho custará cerca de US$ 90. Capta
duas imagens e as mistura, de
modo a deixar a transmissão
tridimensional -e, por isso,
mais realista.
"O produto vai funcionar de
forma fantástica para sexo virtual. Pensamos em um formato
em que você possa usá-lo também como brinquedo erótico",
diz Martin Illman, executivo de
vendas da empresa.
O ponto negativo é que o
usuário precisa de óculos especiais para captar as cenas em
3D -o que não chega a ser um
acessório sexy. O brinquedo
tecnológico não tem previsão
para chegar ao Brasil, mas já está à venda no Reino Unido.
No entanto, lojas on-line já
oferecem ao consumidor nacional desde vibradores para
conectar ao PC por meio de
porta USB (R$ 134) até simuladores de genitália feminina
que, além de imitar a pele humana, interagem com o usuário
por meio de jogos de computador (R$ 396).
Há também o VibraPod, consolo que entra no ritmo do que
se está ouvindo no tocador de
MP3 (R$ 395).
"No Brasil, cada usuário desses sites soma, em um mês, 54
minutos navegando em busca
de conteúdo erótico. É um tempo que dobrou em três anos,
principalmente porque agora
há mais vídeos do que antes",
diz José Calazans, analista do
Ibope/NetRatings.
De acordo com o especialista,
sites de sexo são fundamentais
para a web como "indicadores
de tendências".
"Grandes inovações são
apresentadas primeiro nesses
sites. A própria adoção de webcams e vídeos surgiu primeiro
neles, a troca de arquivos em
redes P2P, as comunidades, e
agora o uso de mapas", afirma.
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