São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 2008

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Sexo virtual pode ser "doentio", diz psicólogo

EDITOR DE INFORMÁTICA DA FOLHA ONLINE

A crescente monetização do sexo na internet desperta a atenção de psicólogos, que vêem na obsessão pelo virtual uma patologia.
"A prática se torna doentia quando impede alternativas de relacionamentos reais", diz o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade.
De acordo com Rodrigues Jr., é equivocado classificar esse tipo de estímulo como masturbação.
"Mesmo que exista automanipulação genital, a condição é diferente, pois existe uma troca entre duas pessoas", diz.
De acordo com a psicóloga e terapeuta sexual Arlete Gavranic, do Isexp (Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática), as transas on-line são usadas por pessoas com "pouca liberdade para manifestar suas fantasias com o parceiro ou a parceira".
Na rede, analisa ela, vivem uma transgressão segura. Podem "trair, fazer algo que consideram ilegal ou inadequado, pois de alguma forma se sentem protegidas no anonimato".

Novos produtos
De olho no crescimento do mercado, empresas estão colocando à venda produtos que buscam tornar o sexo virtual o mais próximo possível da experiência real.
A empresa britânica Novo, por exemplo, desenvolveu a webcam Minoru 3D. Com aparência entre um robozinho e um vibrador, esse aparelho custará cerca de US$ 90. Capta duas imagens e as mistura, de modo a deixar a transmissão tridimensional -e, por isso, mais realista.
"O produto vai funcionar de forma fantástica para sexo virtual. Pensamos em um formato em que você possa usá-lo também como brinquedo erótico", diz Martin Illman, executivo de vendas da empresa.
O ponto negativo é que o usuário precisa de óculos especiais para captar as cenas em 3D -o que não chega a ser um acessório sexy. O brinquedo tecnológico não tem previsão para chegar ao Brasil, mas já está à venda no Reino Unido.
No entanto, lojas on-line já oferecem ao consumidor nacional desde vibradores para conectar ao PC por meio de porta USB (R$ 134) até simuladores de genitália feminina que, além de imitar a pele humana, interagem com o usuário por meio de jogos de computador (R$ 396).
Há também o VibraPod, consolo que entra no ritmo do que se está ouvindo no tocador de MP3 (R$ 395).
"No Brasil, cada usuário desses sites soma, em um mês, 54 minutos navegando em busca de conteúdo erótico. É um tempo que dobrou em três anos, principalmente porque agora há mais vídeos do que antes", diz José Calazans, analista do Ibope/NetRatings.
De acordo com o especialista, sites de sexo são fundamentais para a web como "indicadores de tendências".
"Grandes inovações são apresentadas primeiro nesses sites. A própria adoção de webcams e vídeos surgiu primeiro neles, a troca de arquivos em redes P2P, as comunidades, e agora o uso de mapas", afirma.


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